KC-46A aircraft assigned to the 157th Air Refueling Wing perform an elephant walk formation on the runway at Pease Air National Guard Base, Sept. 8, 2021. After taxiing, the planes were parked on the airfield ramp in preparation for the Thunder Over New Hampshire Air Show. The occassion marked the first time the wing performed the formation since receiving the new airframes. (U.S. Air National Guard Photo by Senior Master Sgt. Timm Huffman)
Boeing tem perdas de US$ 7 bilhões com o KC-46A. Foi um bom negócio? Os números até aqui dizem que, ao menos para o lado financeiro, ainda não. Com mais de 70% da frota planejada já encomendada, o avião ainda é um fardo financeiro para a Boeing, e aponta para um futuro onde o KC-46A Pegsus não será lembrado como um sucesso rentável de vendas.
As perdas da Boeing com o projeto e construção do que deveria ser um avião de reabastecimento em voo (REVO) de “baixo risco” para a USAF e aliados, chegaram a perdas de US$ 7 bilhões e podem aumentar. A informação foi divulgada dia 26/4 pela empresa, confirmando um cenário que vinha se desenhando há muito tempo, face aos problemas de desenvolvimento.
A empresa com sede em Arlington, Virgínia, disse que perdeu mais US$ 245 milhões com o KC-46 nos primeiros três meses de 2023. As perdas foram devido a um “problema de qualidade do fornecedor, resultando em interrupção da fabricação e todo retrabalho de manufatura”, disse a empresa em um comunicado. O problema de qualidade é com os tanques de combustível do avião, que foram pintados incorretamente por um subcontratado, informou o The Air Current no mês passado.
“A boa notícia é que entendemos isso e estamos progredindo nesse retrabalho”, disse o CEO da Boeing, Dave Calhoun, na teleconferência trimestral da empresa. “Do lado operacional, o avião continua cumprindo bem sua missão”.
Este é mais um episódio de uma lista de problemas, que ao longo dos anos assombram o projeto desde que foi anunciado em fevereiro de 2011. A lista vai desde problemas de qualidade de acabamento, com o esquecimento de ferramentas dentro das asas, até sérios, como o vazamento de combustível e a “cegueira” do Sistema de Visão Remota (RVS – Remote Vision System), que levou a Boeing a redesenhar ele para sua versão 2.0. Além disto, problemas na Unidade de Energia Auxiliar (APU), nos dutos da linha de drenagem (receptacle drain line tubes) e instabilidades no Sistema de Gerenciamento de Voo (FMS – Flight Management System), também foram reportados, entre outros.
Além de atrasar entregas, que geraram multas, os diversos problemas restringiram a operacionalidade, retardando o IOC, pois o KC-46 ficou, inicialmente, restrito a missões de treinamento e limitadas a partir de agosto de 2021, sem poder atuar em missões de combate, algo que só foi liberado em setembro de 2022, mais de 3 anos após entrar em serviço. Em 25 de janeiro de 2019, a 22d Air Refueling Wing da McConnell AFB recebeu seus dois primeiros KC-46A (AF15-46009 e 17-46031) pssando a ser a primeira unidade a operar o KC-46A na USAF.
A USAF tem hoje 69 KC-46 em sua frota para missões de REVO. O serviço já encomendou 128 unidades, isto é, mais de 70% das 179 aeronaves que pretende comprar. Japão com seis unidades e Israel com 12 unidades também compraram o KC-46A. A Itália também quer ao menos seis KC-46.
Apesar do conturbado histórico do programa, a USAF pode ampliar a encomenda com mais 75 aeronaves, elevando para 254 o total de substitutos dos KC-135. Calhoun chamou os potenciais KC-46 extras de “uma grande oportunidade para nós”. Na verdade, isto poderia ser uma solução para ao menos “empatar os custos” e fazer o programa não ter prejuízo.
@CAS