Sentinel da RAF serão vendidos a Raytheon. Após desativar a sua frota de Raytheon Sentinel R1 em 31 de março deste ano na RAF Waddington, a expectativa é que as cinco células de R1 que pertenceram ao 5 (AC) Sqn da Royal Air Force fossem desmanchadas e vendidas como sucata, ainda em 2021. Mas parece que isto não irá mais acontecer e as aeronaves terão um novo destino: os Estados Unidos, onde continuarão a voar como plataformas ISR.
“O Ministério da Defesa aceitou uma oferta conjunta da Raytheon USA/Bombardier. Isso nos envolverá colocar as aeronaves novamente em condições de voo para serem transladadas aos Estados Unidos. O cliente final é o Exército Americano. ”
Muitos dos sistemas de missão já haviam sido retirados para o processo de sucateamento das aeronaves. Com a mudança de planos, a nova etapa é colocar estas em condições mínimas de voo, sem nenhuma preocupação em recuperar suas capacidades militares. Isto porque a capacidade de missão será instalada nos EUA, provavelmente para atender as necessidades do US Army.
A “reversão de sucata, para aeronaves à venda” é polêmica, já que o Ministério da Defesa do Reino Unido (MoD UK), através da Defense Equipment Sales Authority (DESA) havia informado anteriormente em edital que as aeronaves deveriam desativadas, desmilitarizadas e vendidas exclusivamente para fins de reciclagem (sucata) não podendo ser repassadas “para reutilização”, como noticiamos aqui.
Outro ponto é que haviam empresas envolvidas na licitação para compra destas sucatas, que parece que não levarão os objetos licitados. O que tudo indica é que o Ministério da Defesa mudou de ideia sobre esse último ponto e as cinco células irão ser vendidas, ganhando uma nova vida.
Em maio de 2020, o MoD UK anunciou que iria retirar do serviço operacional toda a frota de Bombardier/Raytheon Sentinel R1 da RAF até março de 2021. O Sentinel R1 é baseado na plataforma do jato executivo canadense Bombardier BD-700-1A10 Global Express e operava como um sistema de vigilância aerotransportado, realizando missões de ISR e J-STARS. Ele começou a ser desenvolvido em 2002 e entrou em serviço em novembro de 2008 no No5 (AC) Sqn. Pelas cinco aeronaves e oito estações de solo móveis, o Reino Unido pagou £954 milhões.
Os cinco R1 matriculados de ZJ690 a ZJ694 a Raytheon, voaram apenas no No5 Army Cooperation Squadron [No5 (AC) Sqn] se tornando um recurso chave par as missões C4ISTAR para as forças armadas britânicas. Seu principal sensor era o sistema Airborne Stand-off Radar (ASTOR). A estreia operacional foi durante a Operação HERRICK em 2008. A frota Sentinel R1 também realizou missões operacionais em apoio às operações do Reino Unido no Afeganistão, Líbia e Mali, Iraque e na Síria.
Oficialmente, o R1 foi desativado devido à estar se tornando obsoleto operacionalmente e com um custo operacional muito alto. A saída de Sentinel R1 deixa a RAF sem nenhuma capacidade se quer similar, apesar de que parte das suas atribuições podem ser supridas pelos E-3D Sentry, RC-135W Rivet Joint e, em breve, pelos P-8 Poseidon.
Atualmente ainda não se sabe mais detalhes do interesse do US Army nos R1, mas a é possível que tenha algo relacionado com substituição do E-8C JSTARS ou um oferta da Raytheon/Bombardier para fornecer uma aeronave JSTARS ao Exército Americano.
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