USAF procura até 400 jatos para treinamento avançado. A USAF está buscando entre 100 e 400 aeronaves de treinamento avançado (Advanced Tactical Trainer) para atuar na conversão de pilotos de caça e aeronaves adversária (agressor), tal como são empregados os atuais AT-38 Talon. Sem mencionar diretamente um modelo de avião, a USAF emitiu em 12 de outubro um pedido de informações (RFI – Request For Information) para esse novo vetor, que especialistas sugerem que poderia ser o Boeing T-7A.
A RFI da USAF é muito semelhante a uma emitida pela Marinha (USN – US Navy), para um jato de treinamento substituto dos T-45. Esse processo reduz o trabalho de elaboração de um novo documento, ao enviar as mesmas informações da USN. A pesquisa de mercado da USAF solicita que as empresas respondam a sua solicitação até 23 de novembro.
A USAF tem sugerido que o Boeing T-7 Advanced Jet Trainer poderia ser a base de uma aeronave de treinamento/agressor, da mesma forma que o T-38/AT-38, mas salienta que o novo jato primeiramente deve atuar como treinador avançado, antes de receber outras funções.
O Oficial da aposentado, General James Holmes, ex-Comandante do Comando Aéreo de Combate (ACC – Air Combat Command) disse que o T-7 poderia ser a base de um caça de ataque leve de baixo custo, destinado para exportação, ou um vetor de defesa aérea do território dos EUA. Equipado com sistema de reabastecimento em voo opcional, o T-7 ainda precisa receber hardpoints externos para armamentos, para que possa cumprir essa função.
Inicialmente a USAF planeja adquirir 351 treinadores avançados T-7A. Com essas novas funções para o jato da Boeing, o número poderia ultrapassar 700 aviões. No passado, o fabricante sugeriu um mercado de pelo menos 1.500 aviões para todas as versões planejadas do T-7, desenvolvido em parceria com a empresa sueca Saab.
Como concorrente no programa TX da USAF, a Lockheed Martin e a Korean Aerospace Industries desenvolveram em conjunto o T-50A, que ficou como segundo colocado na concorrência para o Advanced Tactical Trainer. O jato tem uma versão de combate, denominada F-50, que já foi exportada para alguns países como Filipinas, Indonésia, Iraque e Tailândia.
O ACC chegou a discutiu a compra ou leasing de um lote de caças T-50A (ou similares), antes do recebimento dos novos T-7A, prevista para 2024. O objetivo era desenvolver o futuro programa de treinamento básico de caça “Reforge”. A Capacidade Operacional Total do T -7A está programado para 2034, sendo que até lá a USAF continuará operando os T-38 Talon.
A USAF procura uma aeronave para treinamento tático inicial, apoio aéreo adversário (agressor), bem como caça tático substituto dos atuais e futuros caças de primeira linha. O documento solicita que sejam informados a viabilidade, custos estimados e um cronograma para produção entre 100 e 200 unidades, divididas em lotes de 50.
A RFI informa que o jato deverá ser biplace, com opção de operar com um piloto, e capacidade de usar a área do assento traseiro para instalação de equipamentos de missão. Deverá ter capacidade de utilizar os sistemas atuais e futuros da aviação de caça, fornecendo um ambiente de treinamento integrado com gerenciamento de sistemas para o emprego de armas.
O cockpit deverá ser equipado com display único (large cockpit display), e um hardpoint em cada asa com capacidades ´para tanque de combustível auxiliar, pods de equipamentos de missão de treinamento, míssil de treinamento de combate aéreo, equipamentos de guerra eletrônica, sistemas de contra-medidas, e futuras implementações.
O jato deverá ser subsônico, para velocidades de até Mach 0.90, ter uma autonomia de 90 minutos, dos quais 30 minutos em “manobras táticas”. O teto operacional estipulado é de pelo menos 45.000 pés, e ter uma capacidade estrutura para 7,5 G, além de capacidade sustentada em manobras de 6 Gs. Os controles devem ser padrão HOTAS (Hands on Throttle and Stick) e sistema de visão no capacete (HMD – Helmet Mounted Ddisplay), sistema automático anti-colisão com o solo (GCAS – Ground Collision Avoidance System ) e assento ejetável zero-zero, sistema infravermelho de busca e rastreamento (IRST – Infrared Red Search and Track), capacidade de reabastecimento em voo, entre outros recursos.
No pacote, a USAF quer um dispositivo semelhante a um simulador, um “assento inteligente”, capaz de fornecer realidade virtual para a prática de voo em solo.
Fonte: AFM
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