Apesar das limitações impostas pelo sistema de reabastecimento em voo, a USAF informou que liberou suas aeronaves de transporte e reabastecimento em voo Boeing KC-46A Pegasus para realizar missões limitadas de reabastecimento em voo, em operações que não envolvam situações de combate. A decisão de colocar alguns KC-46 em operação, permitirá que os KC-135 e KC-10 possam ser usados em missões operacionais no exterior, atendendo demandas no Oriente Médio, Pacífico e região da África.
A liberação dos KC-46 antes da finalização dos testes e de atingir o IOC – Initial Operational Capability, também tem ligação com a previsão da retirada de 29 aeronaves de reabastecimento em voo (REVO) a partir do ano fiscal 2021, sendo 13 KC-135R e 16 KC-10A. A decisão de 2020 foi questionada pelo US TANSCOM – United States Transportation Command substituto imediato, o Boeing KC-46A, não está pronto para o combate. A decisão no entanto foi mantida e, está em curso, com a retirada gradual das 29 aeronaves. A liberação do KC-46 para missões com restrição passa, portanto por ela, pois a saída das aeronaves de REVO mais antigas, sem uma reposição, deixaria a USAF sem uma capacidade ideal de transporte e reabastecimento, afetando as missões no exterior. Esta situação permanecerá por pelo menos dois anos, até que modificações no sistema de REVO seja implementadas pela Boeing.
“O que muda com essa abordagem é que agora vamos empregar o KC-46 para executar missões muito semelhantes às que eles vêm realizando nos últimos anos no programa de teste e avaliação operacional, mas agora, incluindo tarefas operacionais do Comando de Transporte dos Estados Unidos. Com a execução de mais de 60% dos testes operacionais do KC-46A e do plano de avaliação, cada vez mais temos a certeza que podemos abrir o envelope de missões das aeronave que estão voando para este estágio intermediário.”
General Jacqueline Van Ovost – US TANSCOM
O plano do US TANSCOM liberou o KC-46 para abastecer bombardeiros B-52H e caças F-15C/D/E, F-16B/C/D e F/A-18C/D/E/F (estes USN/USMC) sobre os oceanos Atlântico e Pacífico, em apoio a translado para as bases americanas no exterior e em missões de treinamento. Os Pegasus também podem transportar passageiros, cargas e realizar voos de evacuação aeromédica.
O KC-46 ainda não pode reabastecer os A-10C até que o sistema de reabastecimento seja redesenhada. Ele também não pode abastecer os caças stealth F-22A e F-35A e F-35B/C (USN/USMC) ou o bombardeiro B-1B, porque os testes com esses aviões não foram concluídos, face aos problemas técnicos apontados pela USAF à Boeing.
Após um acordo em 2020, a Boeing vai corrigir o sistema Remote Visual System e redesenhar o atuador o sistema telescópio da lança do flying boom. O RVS 2.0 – como está sendo designado, surge como uma luz no fim do túnel, prometendo mais agilidade e precisão por incorporar sensores Light Detecting And Ranging (LiDAR) ou sensores de detecção e alcance da luz, que prometem um reabastecimento aéreo autônomo e preciso tanto diurno como noturno. Além disto a empresa vem corrigiu vários outros problemas, inclusive um vazamento de combustível e problemas no piso de carga.
O KC-46 deveria ter entrado em IOC em 2017, mas o avião enfrentou vários problemas de desenvolvimento e controle de qualidade, o que criou uma série de impasses, que devem adiar o IOC para 2023. A Boeing perdeu mais de US$ 5 bilhões no projeto.
A USAF planeja adquirir 179 KC-46A. Atualmente 43 aeronaves foram entregues USAF, desde 2019 até fevereiro deste ano. Em 2020 foram entregues 14 unidades. Até hoje 79 KC-46A foram oficialmente encomendados pela USAF.
@CAS