USAF implanta RC-135U Combat Sent para vigiar a China. A USAF enviou um dos seus dois aviões de inteligência eletrônica RC-135U “Combat Sent” para uma missão ao longo da costa sul chinesa, na área do Mar da China Meridional. Esta operação vem após o aumento das interceptações dos caças chineses sobre aeronaves militares estrangeiras no espaço aéreo internacional do Pacífico.
Recentemente um fato em particular foi tornado público, e chamou a atenção para essas situações que estão ocorrendo na região. Conforme noticiamos, em 26 de maio um avião de patrulha marítima P-8A Poseidon da Força Aérea Real Australiana (RAAF), foi interceptado de maneira perigosa por um caça J-16 da Força Aérea da China (PLAAF). O piloto chinês posicionou o seu caça em frente ao avião australiano e lançou uma carga de chaffs, que atingiram os motores do Poseidon, que retornou em emergência à sua base. Leia mais aqui.
O RC-135U em questão, matrícula 64-14849, decolou na segunda-feria (06/06), da Base Aérea de Kadena, na Ilha de Okinawa, Japão, voando ao longo da costa sul da China, até a Ilha chinesa de Hainan, local que abriga a altamente estratégica Estação Naval de Yulin, a principal base de submarinos nucleares da Marinha Chinesa (PLAN).
A USAF possui apenas dois RC-135U Combat Sent (64-14849 e 64-14847), ambos operados pelo 45th Reconnaissance Squadron, subordinado à 55th Wing, da Base Aérea de Offutt, no Nebraska. Os RC-135U são plataformas altamente especializadas para missões de coletas de uma ampla gama de sinais e informações eletrônicas. Ao contrário dos RC-135V/W Rivet Joint, com os quais têm algumas capacidades semelhantes, os Combat Sent são empregados principalmente no suporte à missões que cumpram os requisitos de inteligência eletrônica técnica (TechELINT).
De acordo com uma publicação não classificada da Agência de Segurança Nacional dos EUA, o “TechELINT” tem por objetivo determinar a estrutura dos sinais captados, apresentando características das suas emissões, modos de operação, funções do transmissor e as eventuais associações aos sistemas de armas, como radares, sinalizadores, bloqueadores e sinais de navegação. Um dos principais objetivos do TechELINT é obter os parâmetros dos sinais que podem definir as capacidades e o papel que a estação transmissora desempenha no sistemado “inimigo” ou do “alvo de interesse”.
Geolocalizar e categorizar radares e outros emissores de sinais é uma parte essencial das missões da Guerra Eletrônica (EW), cujo objetivo é obter dados das capacidades de defesa aérea de potenciais adversários. Os RC-135U podem coletar e processar esses dados de inteligência, e retransmiti-los tempo real, além de realizar várias outras funções.
Certamente a costa da China e, em particular, o entorno da Base Naval de Yulin, em Hainan, há uma abundância de radares e de sinais de interesse para uma plataforma altamente especializada de EW como o RC-135U. Outras aeronaves militares de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (ISR) dos EUA, incluindo um avião de patrulha P-8A Poseidon da Marinha dos EUA, equipado com um radar altamente classificado, voaram na região recentemente.
No recente voo, o RC-135U possivelmente também coletou dados sobre os ativos chineses na Ilha Woody e na cadeia das Ilhas Paracel, que nos últimos anos estão sendo equipadas militarmente pelo Exército Chinês (PLA), como parte de um esforço para aumentar a sua presença no Mar do Sul da China.
Aos poucos, a região está sendo “minada” com postos militares avançados chineses, criados a partir de pequenas ilhas e atóis previamente inabitados. Pequim reivindica toda essa região como sendo seu território nacional soberano, o que grande parte da comunidade internacional contesta.
Na semana passada, o PLA realizou uma grande demonstração de força destinada a Taiwan, enviado 30 aeronaves militares, entre 22 caças, e várias aeronaves de Alerta e Controle Aéreo, Guerra Eletrônica e Guerra Anti-Submarino, para a Zona de Identificação de Defesa de Taiwan (ADIZ). Este foi o maior número de aviões neste setor da ADIZ de Taiwan, desde 23 de janeiro, quando 39 aeronaves chinesas realizaram missões naquela área.
As missões de 30 de maio ocorreram dias depois que o presidente dos EUA, Joe Biden, disse que os Estados Unidos defenderiam Taiwan contra qualquer tentativa das autoridades do continente de tomá-lo à força. Esses comentários foram motivos de uma pronta repreensão do governo chinês.
Fonte de consulta: The Drive
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