

A USAF enviou um contingente de quatro caças F-15 Eagle para a Base Militar Diego Garcia, como parte do esforço de proteção dos ativos destacados na remota ilha no Oceano Índico, que incluem bombardeiros B-52H. A informação foi confirmada pelo Comandante Matthew Comer, Chefe de Mídia e Operações do Comando Indo-Pacífico dos EUA, em resposta ao questionamentos do site The War Zone (TWZ).
Através de imagens de satélites da empresa Planet Labs, o TWZ observou que os quatro F-15 – cuja versão exata não pôde ser determinada – teriam pousado em Diego Garcia no último dia 14 de maio. Além dos quatro caças, estavam na Ilha na semana passada, quatro B-52H, cinco aviões-tanque KC-135, um avião de carga C-17A e um avião civil possivelmente contratado para transporte de militares.

Recentemente, o Comando de Bombardeiro Estratégicos da USAF enviou seis B-2A Spirit para a Base Aérea de Diego Garcia, de onde foram empregados em missões de ataques aos militantes do grupo houthi apoiados pelo Irã no Iêmen. O último Spirit deixou a Ilha no dia 09 de maio, retornando para sua base nos EUA.
Localizada na região central do Oceano Índico, há muito tempo a Base Militar de Diego Garcia tem uma grande importância estratégica para o Departamento de Defesa dos EUA. Além do enorme aeródromo que apoia operações aéreas, a Base é utilizada pela Força Espacial (USSF) e pela Marinha Americana (US Navy), que mantém no local submarinos nucleares e um Esquadrão de Navios do Comando de Transporte Marítimo.

Historicamente, o isolamento de Diego Garcia tem sido visto como uma barreira natural a ataques de adversários potenciais não tão próximos, como o Irã e seus aliados no Oriente Médio. No entanto, essas ameaças tem mudado nos últimos anos, com as forças inimigas tendo ampliado significativamente seu poder e alcance.
O Irã notavelmente encomendou vários navios semelhantes a bases marítimas que podem ser usados para lançar um número potencialmente grande de mísseis balísticos e de cruzeiro, bem como drones kamikaze de longo alcance. Os iranianos demonstraram novas capacidades de lançadores instalados em contêineres de carga padrão, que podem ser empregados em navios comerciais civis.

Independentemente disso, os F-15 da USAF seriam plataformas ideais para emprego na função de proteção em camadas contra ataques de mísseis de cruzeiro e drones, como já demonstraram na defesa de Israel contra as ameaças lançadas pelo Irã no ano passado. Entre as qualidades desses caças, especialmente a versão F-15E Strike Eagle, estão sua alta resistência, grande capacidade de carga útil e avançado conjunto de sensores capaz para detectar e neutralizar ameaças de superfície e reconhecimento ao redor do arquipélago.
Embora não se saiba a demanda de inteligência ou a missão que desencadeou o envio dos F-15 sem precedentes para a Ilha de Diego Garcia, mas se o quadro de ameaça potencial for significativo, ele destaca questões mais amplas enfrentadas por essa remota Base Militar.

Diante disso, há preocupações sobre a vulnerabilidade dessas instalações na região do Indo-Pacífico em caso de potencial conflito com a China. A Base Aérea atualmente possui apenas quatro abrigos especialmente projetados para os bombardeiros B-2, mas que não são reforçados. Em Diego Garcia existem sistemas de defesa multicamadas de proteção, confirmou um porta-voz do Comando Indo-Pacífico dos EUA ao TWZ.
Ainda não se sabe por quanto tempo os militares americanos manterão a presença reforçada de defesa aérea em Diego Garcia. Com a mediação de Omã, na semana passada os EUA e os Houthis firmaram um cessar-fogo. Atualmente os EUA e o Irã negociam uma saída diplomática envolvendo a questão nuclear, mas no ano passado o presidente Donald Trump sinalizou que considerava uma ação militar contra instalações nucleares iranianas, parte das quais poderia ser realizada por bombardeiros partindo de Diego Garcia, o que aumentaria a necessidade de proteção da remota Base Militar.
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