Ucrânia: tática dos helicópteros de ataque russos para evitar defesa aérea. Vídeos publicados nas redes sociais tem mostrado os helicópteros de ataque russos lançando foguetes não guiados a longa distância, de forma indiscriminada, e sem precisão. Especialistas acreditam que essa tática visa evitar a entrada em áreas com forte presença de defesas aéreas ucranianas com mísseis MANPADS Stinger ou Igla.
Os pilotos dos helicópteros Ka-52 Hokum e Mi-28N Havoc, das Forças Aeroespaciais Russas, estão usando uma tática de lançamento a longa distância raramento vistas. Utilizando uma trajetória parabólica, a aeronave inicia voando baixo e em alta velocidade, culminando com uma subida agressiva e disparando as cargas de foguetes dos seus lançadores, à medida que ganham altitude.
Ao final, no ponto mais alto da parábola, eles lançam os seus sistemas de defesa para proteção contra os sistemas de defesa aérea portáteis (MANPADS), curvando e iniciando uma descida para fugir de qualquer ameaça.
A grosso modo, os helicópteros Ka-52 e Mi-28 russos foram convertidos em lançadores aéreos MLRS (Multiple Launch Rocket System). Ao disparar seus foguetes em uma trajetória ascendente, o seu alcance é ampliado, ao mesmo tempo que diminui a sua precisão. Por características, foguetes não guiados como o S-8 de 80 mm usado pelos helicópteros russos, são armas que devem ser lançadas diretamente no alvo.
O significativo número de helicópteros de ataque russos abatidos neste conflito, provavelmente foi o motivo para a utilização desta tática. Existem confirmações de pelo menos cinco Ka-52 e um Mi-28N abatidos pelos ucranianos. O número real poderá ser maior.
Seja qual for a razão exata para usar essas táticas, o fato de que esses avançados helicópteros de ataque, com seus extensos sistemas de autoproteção, estejam sendo forçados a lançar as suas armas dessa maneira. Esta situação mostra a eficiência das defesas aéreas ucranianas e o impacto do uso generalizado dos mísseis do tipo MANPANDS nesse cenário complexo.
Há apenas dois dias, o governo dos Estados Unidos aprovou o envio de um pacote de ajuda militar à Ucrânia no valor de US$ 800 milhões, que inclui um lote de 800 sistemas antiaéreos Stinger, além de centenas de outros mísseis doados por países europeus, para combater o grande poder aéreo russo.
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