Pelo menos uma aeronave civil foi danificada no solo, na quarta-feira (10/02), quando drones suicidas foram lançados contra o Aeroporto Internacional de Abha (AHB/OEAB), província de Asir, sul da Arábia Saudita, a aproximadamente 100 km da fronteira com o Iêmen. O Airbus A320-200 da companhia saudita Flyadeal, prefixo HZ-FAB, foi atingido na parte traseira esquerda da fuselagem, causando um pequeno incêndio, rapidamente controlado pelos bombeiros do aeroporto. Não houve vítimas.
Nas redes sociais, o grupo rebelde iemenita Houthi assumiu a autoria do ataque, e conforme o seu porta-voz militar, Yahya Sarea, foram usados pelo menos quatro drones, mas apenas um atingiu o aeroporto de Abha. Regularmente os houthis lançam ataques de drones e mísseis contra alvos na Arábia Saudita, muitos dos quais são interceptados e abatidos pela defesa aérea saudita.
Apoiados pelo Irã, os Houthis têm um arsenal com mísseis balísticos, de cruzeiro, drones para operações suicidas, e outros armamento. Conforme as Forças Armadas do Iêmen, os rebeldes utilizam drones Samad-3 e Qasef-2K, cujo alcance é de aproximadamente mil milhas.
Os Houthis foram designados como um grupo terrorista pelos EUA no final do governo Trump, principalmente por conta das suas ligações com o Irã, e pelos ataques contra alvos civis. Recentemente, o Presidente Joe Biden retirou essa classificação do grupo rebelde iemenita, alegando a facilitação para entrega de ajuda humanitária ao Iêmen. A decisão de Biden não é consenso, e poderá incentivar os rebeldes a aumentar seus ataques, inclusive contra cidadãos americanos, conforme relatou um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA ao site da TV France 24.
A coalizão militar liderada pela Arábia Saudita interveio no Iêmen em 2015, apoiando as forças do governo que lutavam contra os Houthis. A ONU tenta retomar as negociações de paz para encerrar a guerra que gerou uma grande crise humanitária no país.
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