Força Aérea Ucraniana tem voado diariamente seus F-16 com grande êxito nas missões. A Força Aérea Ucraniana (UAF) está voando diariamente com seus caças F-16 Fightning Falcon em missões de defesa aérea e ataque à alvos terrestres no leste da Rússia, disse o General de Exército Christopher G. Cavoli, Chefe do Comando Supremo Aliado na Europa e do Comando Militar dos EUA na Europa.
“Eles voam todos os dias; derrotaram um grande número de ameaças de mísseis de cruzeiro e também realizaram uma quantidade enorme de ataques ofensivos, especialmente ataques de bombardeio no leste”, disse o General Cavoli ao Comitê de Serviços Armados do Senado Americano na semana passada.
O depoimento do General Cavoli acontece enquanto a guerra avança para seu quarto ano. Os EUA ajudaram a mediar um cessar-fogo parcial no mês passado, no qual a Rússia e a Ucrânia concordaram em interromper os ataques às infraestruturas energéticas um do outro, mas ambos os lados se acusaram mutuamente de quebrar o acordo. Na semana passada, Moscou lançou ataques com mísseis balísticos que tiraram a vida de mais de 20 ucranianos na cidade central de Kryvyi Rih .
A UAF atualmente opera um número não divulgado de caças F-16 fornecidos pela Holanda e Dinamarca. No mês passado, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, disse que seu país havia recebido mais um lote de F-16, sem mencionar a origem.
A Bélgica e a Noruega haviam se comprometido em transferir 36 caças para a UAF, sendo 30 belgas e seis noruegueses. O primeiro-ministro da Bélgica, Bart De Wever, anunciou em março que as entregas seriam adiadas para o ano que vem. A Noruega não se pronunciou sobre o enviou dos seus caças. “Há mais F-16 preparados para serem enviados para lá, enquanto mais pilotos ucranianos estão em treinamento”, acrescentou Cavoli.
No mês passado, a Força Aérea Ucraniana divulgou uma entrevista com um piloto de F-16, cuja identidade foi mantida em sigilo por razões de segurança. Ele revelou que mais de 80% dos mísseis disparados por esses jatos atingiram seus alvos com sucesso, eliminando os drones Shahed e mísseis de cruzeiro russos lançados do ar, mar e terra. O piloto ainda acrescentou que os caças realizam missões ofensivas antiaéreas, além de conduzir múltiplas operações de ataque terrestre “todos os dias” sobre a Rússia e seus territórios ocupados na Ucrânia.
Essa é uma evolução marcante em relação ao outono passado, quando o comandante da USAF na Europa (USAFE), General James B. Hecker, disse que a Ucrânia estava adotando uma abordagem cautelosa em relação ao emprego de seus novos jatos e não os colocando nas missões mais arriscadas.
Em 2024, os russos tomaram quase 4.000 quilômetros quadrados de território ucraniano — sete vezes a quantidade conquistada em 2023 — ocupando aproximadamente 20% da Ucrânia. A maioria desses avanços está concentrada no leste de Donetsk. No entanto, Cavoli observou que as tropas ucranianas também tomaram o controle da região russa perto da fronteira, recuando em áreas-chave.
“Há uma força ucraniana que está resistindo no Oblast e Kursk, tendo conquistado um bom pedaço de terreno”, observou Cavoli, acrescentando que Kiev também está resistindo a um terreno defensivo na região de Belgorod, cerca de 145 km ao sul de Kursk ao longo da fronteira. “Os ucranianos, algumas semanas atrás, empurraram uma contraofensiva menor de volta para a Rússia [em Belgorod]. Ainda temos um vai e vem acontecendo naquela área.”
De acordo com Cavoli, o sistema de defesa aérea e de mísseis Patriot que os EUA forneceram à Ucrânia tem sido uma “história de sucesso”, apesar de sua apreensão inicial em relação ao sistema complexo. A plataforma de defesa de US$ 1 bilhão, que inclui interceptadores, radar, comando e controle e outros elementos de suporte, requer cerca de 90 pessoas para operar. “Nós treinamos os caras por um longo tempo para conseguir operá-lo e os ucranianos colocaram seus melhores homens que se adaptaram como peixe na água”, disse Cavoli.
Em resposta ao pedido de Zelenskyy por sistemas Patriot adicionais, Washington concordou em trabalhar com Kiev para explorar as opções disponíveis, especialmente na Europa.
Cavoli também disse que a Rússia perdeu mais de 4.000 tanques até agora na guerra, com uma estimativa de 3.000 tanques, 9.000 veículos blindados, 13.000 sistemas de artilharia e mais de 400 sistemas de defesa aérea perdidos somente no ano passado . No entanto, Moscou está trabalhando para repô-los. “Eles expandiram tremendamente sua capacidade de produzir algumas coisas — projéteis de artilharia, mísseis de cruzeiro”, alertou Cavoli.
Fonte: AF&SM
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