EUA e UK discutem meios de acelerar o recebimento dos E-7 Wedgetail. O Secretário da USAF, Frank Kendall, e o Ministro das Forças Armadas do Reino Unido (UK), James Heappey, recentemente se reuniram no Pentágono. No encontro de 08 de fevereiro, foram discutidos assuntos como os programas E-7A Wedgetail e F-35 Lightining II, a guerra na Ucrânia, a presença do Reino Unido na região Indo-Pacífico, entre outros.
Um ponto importante da reunião foi o projeto E-7 Wedgetail, a nova aeronave de Alerta Antecipado e Controle (AEW&C) adquirida por ambos países para substituir suas frotas de envelhecidos E-3 Sentry. Entre os tópicos debatidos estavam a importância da máxima interoperabilidade no programa E-7 Wedgetail, formas de colaboração conjunta, além de maneiras para acelerar a entrega das primeiras unidades para a Royal Air Force (RAF) e USAF.
Em 2019 o Reino Unido encomendou três Wedgetails para a RAF, com o primeiro sendo convertido a partir de um Boeing 737 Next Generation civil, adquirido de segunda mão, cuja entrega está programada para 2024 . A USAF adquiriu um número ainda não divulgado de E-7 novos, com a entrega de um primeiro “protótipo” até 2027.
Em abril de 2022, a USAF anunciou a compra dos Wedgetail, e poucos meses após, começaram as discussões sobre a possibilidade de acelerar o cronograma de entrega, especialmente pelo rápida redução na confiabilidade e disponibilidade dos antigos Sentry, que se aproximam da aposentadoria. O Comando da USAF está ciente sobre um possível “gap” nas missões de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (ISR).
“A frota de E-3 agora está tão velha e frágil, que requer um esforço ‘hercúleo’ apenas para obter taxas de capacidade de missão de aproximadamente 50 por cento”, disse o General Mark D. Kelly, Chefe do Comando de Combate Aéreo, em outubro de 2021.
Em maio passado, Kendall disse aos legisladores que estava trabalhando em coisas que poderiam ser feitas para receber as aeronaves mais cedo. Leva dois anos para construir as estruturas básicas e equipar com sistemas de missão. A modificação do 737 Next Generation com o equipamento Wedgetail leva mais dois anos, disse Kendall na época, indicando que os EUA estavam “presos atrás de outros clientes que aguardavam pedidos”.
Durante o Farnborough International Airshow, em julho de 2022, executivos da Boeing afirmaram que a empresa estava disposta a acelerar o cronograma Wedgetail, dizendo que poderia aumentar a produção das estruturas do 737 Next Generation. Em agosto, Steven Wert, diretor executivo do Program Executive Officer, Digital, Air Force Life Cycle Management Center, sugeriu que a RAF poderia ajudar a acelerar o programa.
“Vemos enormes oportunidades para acelerar os testes e avaliações, já que estamos comprando um sistema muito semelhante ao E-7 do Reino Unido. Muitos dos testes e avaliações podem ser feitos em um Wedgetail deles, com oportunidades tremendas”, disse Wert.
F-35, Ucrânia, Indo-Pacífico
Além dos Wedgetail, Kendall e Heappey também discutiram aspectos do programa F-35 Lightning II, tratado como a chave para manter uma postura de dissuasão integrada forte e eficaz na Europa. Os britânicos deverão comprar 138 F-35 , enquanto os EUA estão construindo seus primeiros esquadrões europeus de F-35 na RAF Lakenheath, Inglaterra.
Além do Reino Unido e dos Estados Unidos, Alemanha, Suíça, Finlândia, Bélgica, Dinamarca, Itália, Holanda, Noruega e Polônia já encomendaram ou receberam F-35 – autoridades preveem mais de 500 desses caças de quinta geração no continente europeu até o final da década.
A situação na Ucrânia também foi tratada na reunião, com ambos representantes reforçando o seu comprometimento em apoiar a resistência ucraniana contra as forças invasoras da Rússia. No mesmo dia do encontro, o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, ofereceu treinamento para os pilotos de caças ucranianos, enquanto instruiu Wallace a investigar quais jatos de combate a RAF poderia fornecer à Ucrânia.
Kendall elogiou o Reino Unido por seu compromisso com a segurança e a estabilidade na região do Indo-Pacífico, conforme evidenciado pelo Acordo de Acesso Recíproco que o Reino Unido assinou recentemente com o Japão. O acordo assinado em janeiro, permite que forças de ambos os países sejam enviadas para exercícios conjuntos, mais um sinal do crescente envolvimento do Reino Unido no Indo-Pacífico.
A Grã-Bretanha, a Austrália e os EUA estão unidos no AUKUS, um acordo trilateral de defesa, além do Reino Unido também estar trabalhando com a Itália e o Japão para desenvolver um caça de próxima geração.
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