China realiza exercícios simultâneos com seus dois porta-aviões tendo os EUA como alvo. Nos últimos dias de 2022, a Marinha do Exército Popular da China (PLAN) realizou exercícios com seus dois porta-aviões deslocados simultaneamente para o Oceano Pacífico e o Mar da China. As manobras de combates simulados claramente visavam alvos estratégicos e navios da Marinha dos Estados Unidos.
Enquanto o primeiro porta-aviões, o Liaoning (16), realizava manobras inéditas próximo à Base Militar dos Estados Unidos na ilha de Guam, no Pacífico (detalhes aqui), o Shandong (17), segundo porto-aviões da PLAN conduzia exercícios de ataque simulado a uma esquadra da USN no Mar da China Meridional.
“Como parte desse exercício, um grupo de ataque liderado por Shandong simulou ataques a uma formação da Marinha dos EUA”, revelou ao jornal Financial Times, um oficial de um país asiático não identificado.
No mesmo dia 21 de dezembro, quando o Liaoning (16) realizava o ataque simulado ao grupo-tarefa da USN, um caça chinês J-11 interceptou uma aeronave de vigilância RC-135 da USAF, no que o Pentágono chamou de “manobra insegura” (detalhes aqui).
De acordo com a SCS Probing Initiative, em 21/12 os EUA enviaram três aeronaves de patrulha marítima P-8A , uma aeronave de vigilância RC-135V e uma aeronave E-3G de alerta aéreo antecipado e controle da Base Aérea de Clark e da Base Aérea de Kadena para operam sobre o Mar da China Meridional e ao sul do Estreito de Taiwan.
US military one RC-135V #AE01C4, three P-8As #AE67FB #AE67B3 #AE682A and one E-3G #AE11EE from Clark Air Base and Kadena Air Base operate over the South China Sea and the south of the Taiwan Strait, Dec. 21. pic.twitter.com/ZcBQJdYXSm
— SCS Probing Initiative (@SCS_PI) December 21, 2022
Ficou claro que a China realizou exercícios aéreos e navais no Mar da China Meridional, que também incluíram missões de reabastecimento em voo sobre o Canal de Bashi, estreitos altamente estratégicos que vão do extremo sul de Taiwan até a ponta norte da ilha de Luzon nas Filipinas.
Essa intensa atividade militar chinesa no Mar do Sul da China não é incomum, embora seja interessante notar que, neste caso específico, o cenário do exercício aparentemente visava especificamente navios da Marinha dos EUA.
Pequim reivindica a maior parte do Mar da China Meridional como seu território soberano, contribuindo para que essa região seja muito contestada. Portanto, a realização dessas manobras simultâneas com seus porta-aviões em locais distantes é significativa, e demonstra o aprimoramento da capacidade de combate da Marinha Chinesa.
Analistas militares chineses falaram ao Global Times, salientando que esses exercícios também ajudariam a estabilizar a situação no Pacífico Ocidental e no Mar do Sul da China, devido à “provocação dos EUA contra a China nessas áreas nos últimos tempos”.
@FFO