Super Hornet estaria fora da competição pelo futuro caça da Força Aérea do Canadá. Os representantes do projeto canadense FFCP (Future Fighter Capability Project) disseram que a oferta da Boeing para substituir a frota de CF-188 Hornets da Força Aérea Real do Canadá (RCAF) não atendeu aos seus requisitos. A informação foi divulgada em 25 de novembro pela revista Skies Magazine.
Fontes do governo e da indústria disseram que da oferta do Boeing F/A-18E/F Super Hornet Block III foi entregue em 24/11, e ficou aquém do necessário. Enquanto isso, os outros dois candidatos – o Lockheed Martin F-35A Lightning II e o Saab Gripen E, seguem com seu futuro não divulgado no FFCP, que tem por objetivo a aquisição de 88 aeronaves, avaliadas entre US$ 15 e 19 bilhões.
Os fabricantes dos caças deverão demonstrar sua capacidade de fornecer as aeronaves e atender requisitos para missões no país e exterior. Além disso, contrato deverá levar benefícios econômicos substanciais para o Canadá.
Em outubro de 2020, a Boeing disse que se o Super Hornet fosse selecionado, ele geraria US$ 61 bilhões, e quase 250.000 empregos para a economia canadense ao longo dos 40 anos de vida do programa. Esses dados foram compilados pela empresa canadense de análise de mercado de tecnologia, Doyletech, por meio de um estudo de impacto econômico.
No início deste mês, a Boeing realizou um evento de mídia em suas instalações de St. Louis, EUA, para apresentar o Super Hornet como a escolha certa para o Canadá. Parte desse argumento se resumia a custos operacionais e acessibilidade, onde a Boeing comparou o custo por hora de voo do Super Hornet com seu principal concorrente nativo, o F35A.
Conforme a planilha demonstrada pela Boeing, o custo operacional por hora de voo do F-35A foi de aproximadamente US$ 33.600, no ano fiscal de 2020 (números que a Lockheed está tentando reduzir), enquanto o Super Hornet tem um custo por hora de voo de cerca de US$ 18.000.
Além disso, a Boeing disse que o jato Super Hornet oferece capacidade significativa para missões de combate múltiplas e tem espaço para futuro crescimento tecnológico.
“O Super Hornet Block III é a aeronave mais capaz que construímos até hoje”, disse Jennifer Splaingard, VP e Gerente do Programa do Super Hornet, durante o evento em St. Louis. “Traz algumas coisas: capacidade de sobrevivência e letalidade. Também traz [capacidade de] networking e longevidade. Esta longevidade não está apenas ligada à vida da fuselagem – que pode durar mais de 10.000 horas ou mais de 30 anos, dependendo do seu regime operacional – mas com a rede de fornecimento de peças; isso tem a ver com o processador do sistema de missão aberto que estamos instalando, e que permite atualizações com muita facilidade.”
A Boeing ainda não se pronunciou sobre a decisão do FFCP, afirmando que aguarda uma notificação oficial de Ottawa.
Embora a surpresa da notícia de que a oferta da Boeing seja insuficiente, o analista de defesa David Perry, do Canadian Global Affairs Institute, disse que a decisão pode reforçar a posição do governo de que está conduzindo uma competição justa e imparcial, de acordo com um relatório da The Canadian Press.
A sueca Saab e o o seu jato Saab Gripen E, é único competidor europeu. Duas outras empresas europeias deixaram a competição antes do início, afirmando que as exigências do governo canadense favoreciam os fabricantes dos Estados Unidos.
Desta forma, caso a Boeing seja desclassificada, a Lockheed Martin – e o seu F-35A – poderia ser a única empresa norte-americana remanescente na competição.
O Canadá tem contribuído com o programa F-35, para manter a sua posição entre as nações que estão participando do programa de desenvolvimento liderado pelos Estados Unidos. O último pagamento de US$ 71,7 milhões ocorreu em julho, elevando o investimento total do Canadá no Programa F-35 para US$ 613 milhões desde 1997. O governo disse que o investimento trouxe US $ 2 bilhões em contratos para empresas canadenses.
Sobre a decisão final sobre o futuro caça da RCAF deverá ser conhecido em 2022.
Fonte: Skies Magazine
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