Este 23 de dezembro de 2020, marca 106 anos da criação da aviação de longo alcance das Forças Aeroespaciais Russas (RF VKS). Hoje as unidades de aviação de longo-alcance são parte das forças nucleares estratégicas da RF VKS, e tem como objetivo oferecer apoio aéreo em qualquer lugar do planeta.
Neste ano de 2020, o Ministério da Defesa Russo divulgou que as unidades de bombardeiros de longo alcance voaram mais de 17,5 mil horas, contabilizando o tempo médio individual por tripulação de cerca de 100 horas de voo.
Nesta semana, dois bombardeiros estratégicos russos Tu-95MS voaram ao lado de quatro bombardeiros chineses Xian H-6K da Força Aérea do Exército de Libertação do Povo Chinês (PLAAF – People’s Liberation Army Air Force). Eles realizaram uma missão de patrulha conjunta em espaço aéreo internacional, sobre dos mares do Japão e da China Oriental. Durante a missão, as aeronaves atuaram estritamente de acordo com as disposições do direito internacional, não violando o espaço aéreo de estados estrangeiros.
A aviação de longo alcance tem origem no esquadrão de biplanos Sikorsky S-23 Ilya Muromets, sendo a primeira formação de bombardeiros pesados do mundo, criada por decisão do conselho militar do exército russo em 23 de dezembro de 1914.
Durante a Primeira Guerra Mundial, os Sikorsky Ilya Muromets realizaram cerca de 400 missões de reconhecimento e ataque a alvos estratégicos em solo, e em combate aéreo os biplanos destruíram cerca de 12 caças inimigos.
Com a experiência acumulada na primeira grande guerra, novas aeronaves de bombardeiros de longo alcance surgiram como os Petlyakov Pe-8, TupolevTB-1 e TB-3, Ilyushin DB-3/Il-4, entre outros. Eles atuaram intensamente na Segunda Guerra Mundial, com as primeiras escaramuças registradas entre os dias 22 e 23 de junho de de 1941. Nesses dias, atuando ao lado da aviação naval, atacaram e destruíram tropas nazistas nas regiões de Suwalki e Prasnysh, além de alvos inimigos em Danzig, Königsberg, Varsóvia, Cracóvia, Bucareste.
Durante a II Grande Guerra, as tripulações de bombardeiros de longo alcance fizeram cerca de 220 mil surtidas e, lançaram 2.2 milhões de bombas dos mais diversos tamanhos. Um total de 312 pilotos destas unidades foram condecorados como Heróis da União, sendo que seis deles receberam este título duas vezes.
Nas décadas de 1970 e 1980 a aviação soviética viu a chegada de novas aeronaves como os Tupolev Tu-22M, Tu-95MS e Tu-160, que colocaram a União Soviética em posição de destaque no cenário da aviação de bombardeiros estratégicos de longo alcance.
Atualmente as Forças Aerospaciais Russas contam com aeronaves completamente modernizadas nas unidades de bombardeiros. Elas estão baseadas em versões atualizadas do Tu-160 e Tu-95MS e Tu-22M3, que com o apoio das aeronaves reabastecedoras Ilyushin Il-78, podem atingir qualquer lugar do planeta. Esses bombardeiros estratégicos pesados, são operadas por Esquadrões de Longo-Alcance subordinados ao Supremo Comando da Força Aérea, com unidades implantadas em mais de dez Bases Aéreas espalhadas por todo o território da Federação da Rússia.
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