Embraer EUA enfrenta falta de pedidos de A-29 Super Tucano. A Embraer busca novos pedidos de aeronaves A-29 Super Tucano para manter ativa a linha de produção em Jacksonville, na Flórida, Estados Unidos. Em entrevista, Bosco da Costa Jr., CEO da Unidade de Defesa e Segurança, disse que 2025 será um ano crítico a para a Unidade dos EUA.
Estabelecida em 2013, a linha de montagem final do A-29 da Flórida tinha como objetivo suprir os pedidos militares dos EUA e do programa de Vendas Militares Estrangeiras (FMS) do governo americano, como a Força Aérea Afegã. Com o final da operação dos EUA no Afeganistão, os trabalhos na Embraer Jacksonville reduziu para um “ritmo mínimo”, disse Bosco da Costa Jr. em recente entrevista ao Breaking Defense.
“Estamos operando a instalação sem grandes pedidos. Enfrentamos uma lacuna de produção, mas ainda estamos buscando pedidos via FMS, ou até mesmo — por que não — do governo dos EUA”, disse da Costa.
A fábrica está preparada para produzir cerca de 24 Super Tucanos por ano, disse da Costa, mas atualmente tem apenas quatro A-29 na linha de produção em vários estágios de montagem, destinados para clientes que não foram divulgados.
Todos A-29 produzidos nos Estados Unidos são montados em Jacksonville e finalizados pela Sierra Nevada Corporation, sediada no Colorado. Contratada pelos EUA, a empresa realiza a integração dos sistemas de missão e equipamentos de comunicação específicos, além de fornecer suporte logístico pós-venda.
Com isso, os Super Tucanos produzidos pela Embraer Flórida são destinados às Forças Armadas dos EUA ou para clientes FMS. Porém, esta é uma parcela muito pequena da carteira de clientes mundial da aeronave. “Temos o ano de 2025 para consertar isso, tentando encontrar outra possibilidade em relação aos pedidos”, disse da Costa, salientando que “essa é a única opção”.
“A SNC é uma parceira orgulhosa da Embraer, fornecendo aeronaves A-29 e suporte logístico em todo o mundo. A SNC e a Embraer buscam várias opções. Nossas empresas estão bem posicionadas para uma série de oportunidades com clientes internacionais para fornecer soluções A-29 ágeis e focadas em missões”, disse o porta-voz.
Atualmente, a Embraer vê a USAF como um cliente potencial.
No final da década de 2010, a USAF explorou a compra de aeronaves de ataque leve que poderia operar no Oriente Médio como uma alternativa de baixo custo aos caças a jato mais caros. Embora a USAF tenha adquirido alguns turboélices A-29 e AT-6 para testar, o negócio não foi adiante.
No início deste mês, três A-29 adquiridos pela USAF foram transferidos para a Base Aérea de Edwards, Califórnia, onde serão usados como uma plataforma de testes para sensores e armas (leia mais aqui).
“Ainda acreditamos que o A-29 poderia servir à USAF, e estamos lutando para manter a instalação de Jacksonville. Mas, novamente, estamos enfrentando problemas sem pedidos e sem demanda”, reafirmou da Costa.
Em 2023, a Embraer não entregou nenhum Super Tucano, apesar de ter construído cerca de uma dúzia de aeronaves (incluindo os quatro de Jacksonville). Todas esses A-29 serão entregues assim que os clientes assinarem os contratos. A empresa espera mais dois pedidos de A-29 este ano, mas da Costa disse que ambos devem ser produzidos no Brasil.
@FFO