Pequim reclama patrulha aérea conjunta da USAF e PhAF no Mar do Sul da China. A USAF e a Força Aérea das Filipinas (PhAF) realizaram em 19/02 uma patrulha aérea conjunta sobre o Mar do Sul da China, com o objetivo de proteger a Zona Econômica Exclusiva (ZEE) e os interesses nacionais filipinos, conforme autoridades militares locais. A operação causou acusações por parte do governo chinês.
Três caças FA-50PH da PhAF acompanharam um bombardeiro B-52H da USAF em um voo entre Ilocos Sur, no norte do país, e o Estreito de Mindoro, ao sul das Filipinas. O exercício aéreo ocorreu poucos dias depois das Marinhas de ambos países realizarem manobras conjuntas, em meio ao aumento das tensões com a China sobre reivindicações de áreas territoriais na região.
O Mar da China Meridional é uma área fortemente contestada pelo governo chinês, que não reconhece o direito internacional que concede às Filipinas o direito exclusivo para explorar os recursos naturais na ZEE de 200 milhas náuticas. Pequim reivindica soberania sobre grande parte das águas na região, incluindo áreas atualmente sob controle do Vietnam, Filipinas, Malásia, Brunei e Indonésia.
O Comando Militar Sul do Exército de Libertação Popular da China (PLA) emitiu um comunicado após a missão conjunta USAF/PhAF, acusando as Filipinas de colaborar com países estrangeiros e “provocar problemas no Mar da China Meridional”. Com o objetivo de “defender resolutamente a soberania nacional”, o PLA intensificou a patrulha naval e aérea na região por onde cruzam anualmente milhares de navios mercantes internacionais transportando mais de US$ 3 bilhões em mercadorias.
O porta-voz da PhAF, Coronel Consuelo Castillo, por sua vez, disse em comunicado que a patrulha “não é de forma alguma dirigida a nenhum país e a atividade está de acordo com a legislação internacional, uma vez que foi realizada dentro do território e da ZEE das Filipinas”.
O porta-voz das Forças Armadas das Filipinas, Coronel Xerxes Trinidad, acrescentou que a patrulha aérea “demonstra o compromisso de ambas as Forças Armadas em melhorar a interoperabilidade e promover a paz e a segurança regionais no Indo-Pacífico”.
O B-52H que participou da missão pertence à 5ª Ala de Bombardeiros (5th BW) de Minot, na Dakota do Norte (EUA). Ele é um dos quatro Stratofortress implantados pelo Comando Indo-Pacífico dos EUA (INDOPACOM) na Base Aérea de Anderson, em Guam, no final de janeiro. Eles participam do Cope North 24, um exercício aéreo multinacional que envolve o Japão, Austrália, França, Coreia do Sul e Canadá. O exercício de três semanas se estende às ilhas de Tinian e Saipan, cerca de 190 quilômetros ao norte de Guam, e está previsto para ser concluído amanhã (23/02).
Os bombardeiros com capacidade nuclear mantiveram-se discretos no contestado Mar do Sul da China nos últimos anos, mas em Outubro passado, o INDOPACOM revelou que um caça chinês se aproximou a cerca de três metros de um B-52H, durante uma intercepção noturna na região, considerando o incidente “inseguro e pouco profissional”.
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