China acusa EUA de também usar “balões espiões”. China diz que Estados Unidos enviaram mais de 10 balões de alta altitude ilegalmente para o espaço aéreo chinês desde o ano passado, visando espionar áreas militares e setores estratégicos do país.
Pela primeira vez, no que está sendo chamado crise do ‘balão espião’, Pequim acusa os americanos de enviar seus próprios balões de voo livre (também denominados free-floaters), a China sem permissão. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin, diz que foi “completamente um acidente” que o dirigível civil não tripulado da China se desviou do espaço aéreo americano. Porém diante, diz que o mesmo não pode ser dito de ações dos EUA.
China acusa EUA de 10 incursões com balões em seu espaço aéreo. Ela alega que as ações visaram vigilância aérea, espionagem e monitoramento de dados de internet e comunicações. As acusações vêm depois de Washington ter derrubado o terceiro dispositivo não identificado em poucos dias em seu espaço aéreo. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, acusou os EUA de enviar frequentemente ‘balões e aeronaves para realizar reconhecimento’ sobre a China Continental.
É muito comum que os EUA invadam o espaço aéreo de outros”, disse Wang Wenbin, na segunda-feira, 13/02. “Apenas no ano passado, mais de 10 balões americanos de alta altitude voaram ilegalmente pelo espaço aéreo chinês sem permissão das autoridades chinesas relevantes.”
Wang acusou Washington de 657 surtidas de aeronaves no ano passado e até 64 voos de aeronaves no mês passado — janeiro/2023, “somente no Mar da China Meridional”. Muitas das quais feitas com apoio da US Navy e outras pela USAF, que teria usado aeronaves Lockheed U-2S.
Ele não especificou quantas das missões de vigilância sobrevoaram o território continental, mas eu a entender que — as feitas nesta região, foram feitas por balões de alta altitude.
A China também insiste que o balão que passou pelo espaço aéreo dos EUA e do Canadá estava realizando pesquisas meteorológicas. O balão foi derrubado no sábado (04/02) por ordem do presidente Joe Biden. Os EUA disseram na semana passada que o balão tinha várias antenas para coleta de informações e fazia parte de uma frota de vigilância mais ampla que enviou balões para mais de 40 países e cinco continentes.
Os outros três objetos não identificados posteriormente derrubados pelos EUA estavam sobre o Lago Huron no domingo (12/02), o Yukon do Canadá no sábado (11/02) e no Alasca, na sexta-feira (10/02). Os EUA não os atribuíram a nenhum país, mas os incidentes aumentaram as tensões na tensa relação EUA-China, que atingiu um de seus pontos mais baixos desde a restauração dos laços diplomáticos entre as duas nações em 1979.
O General Glen VanHerck, chefe do Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte (NORAD — North American Aerospace Defense Command), disse no dia 12/02 que um comando militar conjunto dos EUA e do Canadá rastreou o último objeto desde o dia anterior, quando parecia entrar no espaço aéreo americano, antes de decidir atirar nele. O NORAD determinou que o objeto voou perto de locais militares sensíveis em Montana.
O suposto balão espião chinês que cruzou a América do Norte no início deste mês também sobrevoou um local em Montana onde os militares dos EUA armazenam mísseis balísticos nucleares intercontinentais. VanHerck disse que o NORAD estava classificando os três últimos alvos derrubados “objetos”, acrescentando que “não os classificaria como balões”. Ele acrescentou que os EUA e o Canadá ainda estão investigando e não determinaram a origem destes objetos. Porém o primeiro certamente é de origem chinesa.
@CAS