Grupos de Ataques da Marinha Chinesa e US Navy treinam combate no Mar da China. Pela primeira vez, o Grupo de Ataque do Porta-Aviões USS Nimitz (CVN-68) da Marinha dos Estados Unidos (US Navy) entrou no Mar da China para realizar manobras de treinamento. A soberania da área é reivindicada por Pequim, que também enviou o Grupo de Ataque do porta-aviões Shandong (17) da Marinha Chinesa para treinamento na mesma região.
O Carrier Strike Group USS Nimitz (CSG-11) partiu de San Diego, na Califórnia, em 03 de dezembro de 2022, chegando no Mar da China na última quinta-feira (12/01). Ele é liderado pelo porta-aviões USS Nimitz (CVN-68) que está equipado com a Carrier Air Wing 17 (CVW-17), e acompanhado do Cruzador USS Bunker Hill (CG-52) e dos Contratorpedeiros USS Decatur (DDG-73), USS Chung Hoon (DDG-93) e USS Wayne E. Meyer (DDG-108 ).
Por sua vez, a Marinha do Exército de Libertação do Povo Chinês (PLA) deslocou para a mesma área um Grupo de Ataque liderado pelo porta-aviões Shandong (17), equipado com um Esquadrão embarcado de caças navais J-15 e acompanhado por diversos outros navios de guerra. O objetivo dos chineses é realizar manobras de treinamento de combate, demonstrando prontidão e capacidade para guarnecer o Mar da China.
Entre os exercícios realizados pelos chineses, foram simuladas operações de defesa aérea do porta-aviões Shandong com caças J-15. “O grupo de porta-aviões também realizou missões deataque multidimensional e defesa cruzada de superfície, aérea e submarina, com novos pilotos navais de J-15 sendo certificados para operações noturnas, marcando outro grande passo para formar uma capacidade sistemática de combate”, disse a Marinha Chinesa em comunicado.
A CNN ouviu um Oficial das Forças Armadas dos EUA, o qual informou que “alguns navios de guerra chineses, incluindo um porta-aviões, um cruzador de mísseis guiados e três contratorpedeiros, estão acompanhando o Grupo de Ataque do USS Nimitz nas suas manobras.”
Nos últimos anos, Pequim está investindo pesado em uma rápida expansão e modernização das suas capacidades militares e nucleares. A presença militar dos EUA vem aumentando gradualmente na região do Pacífico, e tem como principal intenção dissuadir o crescente poderio militar da China e sua intenção de obter soberania em uma vasta área marítima.
O Japão está se unindo aos EUA nesta intenção de segurar o ímpeto chinês. O Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA anunciaram o aumento do seu contingente na Ilha de Okinawa, para estabelecer maior capacidade de operações na região. Na semana passada a USAF ativou uma nova unidade de aviões de transporte e reabastecimento em voo no Havaí, visando ampliar a capacidade logística em operações aéreas no Pacífico.
“Compartilhamos com o Japão a visão comum de manter um Indo-Pacífico livre e aberto, e tudo o que estamos fazendo está indo nessa direção”, disse o secretário de Defesa Lloyd Austin em uma reunião com o secretário de Estado Antony Blinken na semana passada em Washington.
Recentemente um caça J-11 da China e um avião de reconhecimento RC-135 dos EUA se envolveram em uma polêmica interceptação aérea sobre o Mar da China Meridional. Ambos países se acusam mutuamente sobre a “manobra perigosa e insegura”. Em vídeo divulgado pela USAF, os pilotos do RC-135 foram obrigados a realizar uma manobra evasiva, depois que o piloto do caça chinês chegou muito perto (detalhes aqui).
Por outro lado, Pequim tem ampliado sua presença no Mar da China Meridional, especialmente criando ilhas militares artificiais em toda a região, para estabelecer a sua soberania não reconhecida por diversas outras nações, incluindo os EUA. A Marinha chinesa monitora de perto os navios de guerra dos EUA, inclusive forçando que alguns deixem as águas disputadas, como aconteceu em novembro com o cruzador USS Chancellorsville que “entrou ilegalmente na área sem a autorização de Pequim”.
Os EUA responderam fortemente acusando a versão chinesa de falsa, como sendo “a mais recente de uma série de ações para deturpar as operações legais dos EUA e impor suas reivindicações marítimas excessivas e ilegítimas às custas de seus vizinhos do Sudeste Asiático. Todas as nações devem estar seguras em sua soberania, livres de coerção e capazes de buscar crescimento econômico consistente com as regras e normas internacionais aceitas em consenso”, declarou em nota os Washington.
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