Zelenskyy pede mais ajuda militar. Após os últimos ataques russos, presidente ucraniano Volodymyr Zelensky solicitou urgentemente, em uma reunião com os líderes da Força Expedicionária Conjunta (JEF – Joint Expeditionary Force) na Letônia no dia 19 de dezembro, mais apoio militar e de defesa.
“A agressão russa tem que cessar. E nossa tarefa agora é acelerar esta parada. Agora — nesta cúpula — peço para vocês fazerem de tudo para acelerar a derrota dos ocupantes”, disse ele.
A JEF, liderada pelo Reino Unido, inclui Dinamarca, Finlândia, Estônia, Islândia, Letônia, Lituânia, Holanda, Suécia e Noruega. Oito participantes deste grupo também são membros da OTAN. Com Finlândia e a Suécia prestes a ingressar na aliança. O pedido de mais apoio de fornecimento de armas, vem logo após a ataques maciços dos Russos. Ele solicitou, além de armas, aeronaves e logística, apoio financeiro.
Na segunda-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, fez uma rara visita a Minsk capital de Belarus (Bielorrússia), exaltando os benefícios da cooperação com o país vizinho, alimentando temores em Kiev, de que planos para uma ofensiva terrestre conjunta estejam em andamento. O comandante das forças conjuntas ucranianas, Serhiy Nayev, disse acreditar que a reunião de Putin com seu homólogo de Belarus abordaria “mais agressão contra a Ucrânia e o envolvimento mais amplo das forças armadas bielorrussas nas operações militares contra a Ucrânia”.
Em contrapartida o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, disse repetidamente que não tem intenção de enviar tropas de seu país para a Ucrânia, após fornecer às tropas russas uma plataforma de lançamento para a invasão em fevereiro. “A Rússia não tem interesse em absorver ninguém”, disse Putin durante a entrevista coletiva. “Simplesmente não há conveniência nisso. Não é uma aquisição, é uma questão de alinhamento de políticas”.
Questionado sobre esse comentário, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price, disse que deveria ser tratado como o “cúmulo da ironia”, já que “vindo de um líder que está procurando, hoje, absorver violentamente seu pacífico vizinho de porta”. Price acrescentou que Washington continuará observando de perto se Belarus fornecerá apoio adicional a Putin e responderá “apropriadamente” se o fizer.
O Kremlin rejeitou a sugestão de que Putin queria empurrar Belarus para um papel mais ativo no conflito. A agência de notícias RIA Novosti citou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, dizendo que tais afirmações eram “infundadas” e “estúpidos”.
Nenhum dos jornalistas presentes na reunião de segunda-feira perguntou a Putin ou Lukashenko sobre a guerra. Ambos os líderes restringiram suas respostas ao alinhamento econômico e defensivo cada vez mais estreito entre os dois ex-estados soviéticos. Lukashenko, a dada altura chamando Putin de “irmão mais velho”, elogiou a Rússia como um amigo que “estendeu a mão para nós”, fornecendo petróleo e gás com desconto. “A Rússia pode se virar sem nós, mas não podemos sem a Rússia”, disse ele.
Esta foi a primeira viagem de Putin a Minsk desde a pandemia de COVID-19 e uma onda de protestos pró-democracia em 2020, que Lukashenko esmagou com forte apoio do Kremlin. A visita ocorreu horas depois de outra rodada de ataques de drones russos contra Kiev, durante os quais a Força Aérea Ucraniana disse que suas defesas derrubaram 30 veículos aéreos não tripulados. Pelo menos três pessoas ficaram feridas e nove prédios foram danificados no ataque à região da capital ucraniana, o terceiro da Rússia em seis dias. A última série de ataques parece ter como objetivo a destruição da rede de energia ucraniana, causando apagões em meio a temperaturas abaixo de zero.
Falando à mídia na segunda-feira, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, expressou reservas sobre a possibilidade de “conversações de paz efetivas” no futuro imediato. “Acredito sim que o confronto militar vai continuar. E acho que ainda teremos que esperar [por] um momento em que negociações sérias para a paz sejam possíveis. Não as vejo no horizonte imediato”. Ele também abordou a visita de Putin à Belarus em meio a temores de uma nova ofensiva contra Kiev. “Obviamente, veremos o que acontece. Há muitos rumores sobre possíveis novas ofensivas. Minha posição é muito clara. Nunca há uma solução militar para esses problemas. Mas é importante que a solução esteja alinhada com a Carta da ONU e com o direito internacional”.
Hajun, um canal de Balarus, que monitora o movimento de equipamentos e armas militares russos, informou que a Rússia transferiu pelo menos 50 caminhões militares dos Urais e outro comboio de 30 caminhões para a Belarus na semana passada. A Rússia e a Belarus e a Rússia anunciaram em outubro que estavam iniciando uma força regional conjunta.
Analistas dizem que o Kremlin pode procurar novamente algum tipo de apoio militar de Belarus para suas operações na Ucrânia. Mas o clima de inverno e os recursos esgotados da Rússia significam que qualquer grande ataque russo provavelmente não acontecerá em breve, conforme o Instituto para o Estudo da Guerra, um centro de estudos em Washington.
Autoridades dos EUA dizem que planejam enviar uma bateria de defesa antiaérea Patriot para a Ucrânia para ajudar a proteger os ucranianos do ataques aéreos russos. Porém ainda não foi feito nenhum anúncio oficial sobre isto.
@CAS