Yakovlev planeja desenvolver um jato naval com capacidade VTOL. Em reforma há cerca de sete anos, o porta-aviões Almirante Kuznetsov, único da Marinha Russa, deveria retornar ao serviço em 2025, depois de passar por diversos problemas técnicos e incidentes, como a queda de um guindaste sobre a cabine de comando e dois incêndios. O último contratempo conhecido seria uma tentativa de sabotagem.
Em 10 de julho, o Serviço de Inteligência Russa (FSB) divulgou que havia frustrado uma tentativa de sabotagem no Almirante Kuznetsov, quando uma pessoa sob codinome “Oleg” tentou subornar um funcionário do estaleiro para iniciar um incêndio a bordo do porta-aviões.
De qualquer forma, entre os tantos desafios da Marinha Russa é qualificação de tripulantes do para operar o Almirante Kuznetsov. Segundo o site Russian Maritime News, uma turma de pilotos navais de Su-33 Flanker-D e MiG-29K Fulcrum estariam atualmente treinando na Península de Kola.
Quanto às colaborações militares entre a Rússia e a China, ainda não foram estabelecidas cooperações no domínio da aviação naval, especialmente considerando que a Marinha Chinesa possui dois porta-aviões de configuração semelhante ao Almirante Kuznetsov, com sistema de rampa STOBAR (Decolagem Curta e Recuperação por Cabos). O grupo chinês AVIC trabalha no desenvolvimento local de caças com capacidade STOVL (Decolagem Curta e Pouso Vertical) semelhante aos americanos F-35B Lightning II.
Recentemente, Andrei Boginsky, Diretor Geral da Rostec, conglomerado aeronáutico russo, deu a entender que a Yakolev estaria trabalhando em uma nova aeronave com capacidade VTOL (Pouso e Decolagem Verticais). Conforme o Galáxia Militar, a informação foi divulgada na celebração dos 60 anos do voo inaugural do jato Yak-36 VTOL, ocorrida em julho de 1964.
“Os nossos projetistas exploraram a perspectiva de desenvolver uma aeronave de combate avançada de quinta geração. O design de decolagem e pouso vertical ficou congelado nos difíceis anos noventa. Mas preservamos a base científica e técnica. Em combinação com novas tecnologias, podemos prever o rápido desenvolvimento deste tipo de aeronave”, afirmou Boginsky.
É sabido que a Marinha Russa deseja retomar sua capacidade de operar aeronaves de asas fixas embarcadas, uma vez que possui dois novos navios de assalto anfíbio da classe Ivan Rogov, que poderiam operar jatos VTOL. As dúvidas sobre a fala de Boginsky seriam se o futuro projeto seria tocado sozinho pela Rostec, ou teria a chinesa AVIC como parceira.
O fato é que desenvolver um caça de quinta geração não é algo simples. Exemplos disso são os projetos russos do MiG-41 (ou PAK DP) anunciado em 2014 e que continua nas pranchetas; o Su-75 apresentado em 2020 e que ainda não decolou; e o bombardeiro Tupolev PAK DA, que segue apenas no anúncio do primeiro protótipo que seria montado em 2020.
@FFO