O Airbus C295, matrícula de testes EC-296, usado em voos de experiências pela fábrica, foi fotografado em 18 de fevereiro, pousando no Aeroporto de Sevilha, Espanha. Chamou a atenção a configuração nada comum da aeronave, que estava armada com quatro bombas guidas por laser de fabricação turca Roketsan, modelo Teber 81.
A Airbus apresentou o projeto da versão armada C295, durante o Dubai Airshow 2017, em resposta às necessidade de potenciais clientes no Oriente Médio e Norte da África. Segundo a Airbus Defense, uma vantagem do C295 em relação aos turboélices de ataque leve concorrentes, é a capacidade para missões de inteligência, vigilância e reconhecimento (ISR).
A versão armada do C295, é baseada no CASA FITS (Fully Integrated Tactical System), uma aeronave equipada som sensores para diferentes sensores e armamentos. A aeronave de ataque da Airbus, incorpora sensores eletro-ópticos em uma torre abaixo do nariz, e um radar de vigilância na parte inferior da fuselagem, sistemas de comunicações táticas, autoproteção, além de um par de metralhadoras calibre .50 manuais, montadas nas portas laterais.
O FITS pode ser instalado e removido rapidamente, através de sistemas roll-on/roll-off, transformando o C295 em aeronave de transporte básico. A Airbus oferece uma opção mais voltada para ataque, com FITS fixo, e quatro hardpoints sob as asas, como visto no avião de testes fotografado em Sevilha.
Com a Airbus Defense e Roketsan, oferecem uma gama de armamentos para equipar o C295, como as bombas guiadas Teber 81 de 500 libras (que equipam a aeronave fotografada), mísseis leves L-UMTAS guiados por laser ou pods para foguetes guiados Cirit de 2,75 polegadas. Outra opção é o foguete não-guiado de fabricação espanhola Expal CAT-70, montado em cápsulas produzidas pela brasileira Equipaer.
O C295 também poderá receber um canhão automático Mauser BK27 de 27 mm, similar ao usado no Eurofighter Typhoon, combinado com uma segunda torre eletro-óptica de mira, montada na lateral da fuselagem para a obtenção de alvos, com alcance efetido de mais de duas milhas.
O uso de armamentos não americanos, evita possíveis restrições impostas pelas diretrizes do US International Traffic in Arms Regulations (ITAR), que podem limitar a transferência de tecnologias e serviços militares e de defesa. A decisão da Airbus foi tomada após ouvir potencias clientes do C295 ISR, conforme divulgou a revista AirForces Monthly em 2017.
A Airbus Defense esperava iniciar os voos de testes do C295 armado em 2018, porém o programa sofreu atrasos por causa da necessidade de aguardar a disponibilização do avião de teste, que estava envolvido no desenvolvimento do programa canadense CC-295 SAR (Busca e Resgate).
A grande autonomia, aliada a capacidade de realizar missões ISR e ataques leves, com uma ampla gama de armamentos, em uma única surtida, oferecem aos futuros C295 uma grande vantagem operacional. Além disso, tem a enorme versatilidade de rapidamente mudar a configuração interna através do sistema roll-on/roll-off, deixando a aeronave apta para missões transporte convencional e desembarque de de pára-quedista, ideal para missões de apoio aéreo aproximado ou operações especiais de contra-insurgência, por exemplo.