Venda de caças F-35 para Arábia Saudita divide o governo americano

Venda de caças F-35 para Arábia Saudita divide o governo americano. O presidente Donald Trump poderá aprovar a venda de até 50 caças furtivos F-35 Lightning II para a Arábia Saudita, o que tem causado preocupações no Pentágono.

Conforme a Bloomberg, fontes da Casa Branca afirmam que o acordo envolvendo a venda de 48 caças F-35 poderá ser assinado quando o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, visitar Washington no final deste mês de novembro.

Fontes indicam que o pedido da Arábia Saudita avançou e superou um importante obstáculo dentro do Departamento de Guerra dos EUA, entretanto o acordo ainda está longe de ser finalizado. A Casa Branca não confirmou publicamente a venda.

Um relatório do Pentágono citado pelo The New York Times levanta preocupações sobre a possibilidade de a China obter acesso a tecnologias sensíveis dos caças de quinta geração americanos se a venda for efetivada.

Fabricado pela Lockheed Martin, o F-35 está entre os caças mais avançados do mundo, sendo operado apenas pelos Estados Unidos e por um seleto grupo de aliados. Segundo analistas, a venda do caça para a Arábia Saudita representaria uma mudança significativa na política americana em relação ao Oriente Médio.

Há algum tempo Riad busca adquirir o F-35 como parte de sua modernização militar. A Força Aérea saudita opera caças Boeing F-15, além e outros sistemas americanos, mas o F-35 lhe proporcionaria novas capacidades de furtividade e sensores.

A proposta enfrenta resistência dentro do governo americano

O relatório de inteligência do Pentágono observa que os laços de defesa da Arábia Saudita com a China e outros países não aliados aos EUA, levantam preocupações sobre a segurança dos sistemas avançados da aeronave.

Outro fator é o compromisso dos Estados Unidos em manter a superioridade militar qualitativa de Israel na região. Permitir que a Arábia Saudita adquira um sistema equivalente à frota de F-35 israelense poderia provocar resistência no Congresso e entre autoridades em Tel Aviv.

A Casa Branca também condiciona as exportações de armas a objetivos diplomáticos. Uma condição supostamente ligada à possível venda seria a normalização das relações entre a Arábia Saudita e Israel sob os Acordos de Abraão.