Usuários do F-35 promovem planos conjuntos de manutenção. Operadores do caça americano Stealth Lockheed Martin F-35 de todo o mundo e reuniram na Base Aérea de Amendola, Itália para fomentar planos de manutenção conjunta e assim discutir como tirar o melhor proveito de seus F-35.
A conferência em Amendola, que coincidiu com o Falcon Strike 2022, um exercício envolvendo F-35 italianos, holandeses e americanos, reuniu diversos representantes de clientes do F-35, incluindo Finlândia, Polônia, Bélgica, Israel, Estados Unidos, Noruega, Dinamarca, Holanda, Itália, Reino Unido e Canadá.
Em dado comento da conferência, foi feita um demonstração, onde um mecânico holandês fez um procedimento de manutenção em um F-35 italiano. A ideia era uma tentativa de mostrar como os operadores do F-35 distintos podem trabalhar nas aeronaves uns dos outros para economizar dinheiro, aumentar a eficiência e mostrar a Moscou como eles são unidos.
“Pode haver momentos em que um F-35 dos EUA tenha que desviar para a base de outra força aérea, ou planeje fazê-lo, e estamos tentando torná-los interoperáveis para que qualquer nação F-35 possa trabalhar em qualquer F-35, não importa de onde venha. Não apenas reabastecê-lo, mas também rearmá-lo e prover manutenção”, disse o General James Hecker, comandante das U.S. Air Forces in Europe and Africa (USAFE-AFAFRICA).
O chefe da força aérea italiana, General Luca Goretti, disse que a manutenção compartilhada estava no topo da agenda, afirmando: “O processo de padronização na Europa é intenso”. Goretti disse que, se quisesse enviar os F-35 italianos para a Holanda, atualmente precisaria enviar uma equipe de apoio de 100.
Isso significa harmonizar os procedimentos de manutenção, uma tarefa que os usuários europeus do Tornado e do Eurofighter já gerenciam muito bem. A Itália também espera que a manutenção conjunta incentive os usuários a enviar jatos para o centro de manutenção F-35 na base aérea de Cameri, no norte da Itália, que até agora se concentrou na montagem de F-35 para clientes europeus. A Itália lançou 16 F-35A e cinco F-35B até agora, enquanto os holandeses — após receber seus primeiros nove jatos montados nos Estados Unidos — tiveram o restante de suas 32 montadas em Cameri, com previsão de receber outros 14 até 2024.
O chefe da força aérea holandesa, Tenente-general Dennis Luyt, disse que usaria Cameri para serviços de manutenção no futuro, após avaliar o trabalho de montagem na base. “Sempre dissemos que se nossos amigos italianos podem construir uma Ferrari, provavelmente também podem construir um F-35 e ficamos realmente impressionados com Cameri. Estamos muito felizes com as aeronaves que estamos recebendo. É importante termos lugares na Europa onde possamos não apenas construir, mas também mantê-los”.
“Estamos provando aos nossos amigos em Moscou que estamos todos unidos e fazendo o mesmo trabalho. Essa é uma mensagem muito forte”, disse o General Goretti. Essa mensagem também foi impulsionada pelo grande número de F-35s agora comprados por membros da OTAN, com a guerra na Ucrânia impulsionando as vendas. Até 2034 a previsão é ter mais de 600 F-35 voando na Europa, contra cerca de 140 que etão atualmente em serviço.
O General James Hecker acrescentou: “Quando você olha para a Ucrânia, nenhum dos países conseguiu obter superioridade aérea e vemos qual é o resultado — várias centenas de milhares de baixas em menos de um ano. Se você comparar isso com o número de baixas que tivemos em vinte anos no Afeganistão, simplesmente os números explodiram. Então isso realmente mostra a importância da superioridade aérea. O F-35 vai nos ajudar a ganhar e manter essa superioridade aérea caso tenhamos que entrar em guerra”.
@CAS