USSOCOM busca um anfíbio para transporte pesado. O aumento da tensão nas relações com a China, especialmente sobre a situação de Taiwan, faz que o Comando de Operações Especiais dos Estados Unidos (USSOCOM) trabalhe em alguns projetos especiais visando um possível conflito no Pacífico Ocidental. A região é caracterizada por vastas áreas de água e pela pouca capacidade de infraestrutura para receber aeronaves de asas fixas.
Conforme observa uma nota de Scramble Magazine, explorar possibilidades para enfrentar esse problema o SOCOM voltar no tempo, quando o uso de hidroaviões de grande porte ainda era normal. O site lembra que o o Convair R3Y Tradewind, último hidroavião deste porte, foi aposentado em 1958, portanto, há mais de 65 anos!
Conforme publicamos, em 2021 o SOCOM anunciou seu interesse em produzir uma versão modificada do Lockheed MC-130J anfíbio para Operações Especiais em áreas marítimas. No entanto, pouco progresso parece ter sido feito no desenvolvimento deste complexo projeto envolvendo o Hércules.
Enquanto isso, o SOCOM busca no mercado projetos de modernos aviões anfíbios. De acordo com a FlightGlobal, o Chefe de aquisições do SOCOM esteve na conferência Special Operations Forces Week, realizada em 09 de maio em Tampa, Flórida. Ele teria revelado interesse do Comando no cargueiro marítimo ShinMaywa US-2 da Força de Autodefesa Marítima Japonesa.
Enquanto o desenvolvimento de uma versão equipada com flutuador do Lockheed MC-130J dificilmente vê qualquer progresso, esse súbito interesse no US-2 abre a possível aquisição desse tipo de anfíbio pela SOCOM. Em seu apoio logístico às Forças de Operações Especiais, o SOCOM é independente na escolha do inventário.
Simultaneamente a Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa dos EUA (DARPA) procura alternativas. Recentemente, a Aurora Flight Sciences, empresa da Boeing, foi selecionada para a Fase 1 do programa “Liberty Lifter”, que tem o objetivo de desenvolver um anfíbio com capacidade de transporte aéreo pesado.
Este contrato inicial financia seis meses de desenvolvimento conceitual do hidroavião de “efeito solo”. O ponto de partida do projeto “Aurora” visa atender às especificações definidas pela DARPA, incluindo um alcance vazio superior a 6.500 milhas náuticas (11.900 km), voando com efeito solo sobre o mar até “Estado 5” (ondas de até 13 pés, ou cerca de 4 metros de altura) e uma capacidade de carga para dois Veículos Anfíbios de Combate dos Fuzileiros (ACV) ou seis unidades de contêineres de 20 pés (6 metros). Com “feito solo” seria usado para transportar cargas pesadas, mas também o avião deverá voar até 10.000 pés (3.000 metros).
A segunda fase do projeto “Liberty Lifter”, que inclui projeto detalhado, fabricação e demonstração de um X-Plane em escala real, deve começar em meados de 2024, de acordo com a DARPA.
@FFO