

USS Gerald R. Ford entra no Caribe em meio à expansão do poder militar americano na região. O porta-aviões USS Gerald R. Ford (CVN-78) entrou no Mar do Caribe, informou a US Navy em 16 de novembro, enquanto os Estados Unidos continuam a fortalecendo seu poder militar na região.
A chegada do maior porta-aviões do mundo ocorreu depois que o Secretário de Defesa Pete Hegseth anunciou, em 13 de novembro, que as operações militares americanas estavam sendo realizadas como parte da Operação Lança do Sul (Southern Spears). Com o objetivo de combater os cartéis de drogas na América Latina, as operações claramente também visam pressionar o ditador venezuelano Nicolás Maduro.
Falando para jornalistas à bordo do Air Force One, em 14 de novembro, o presidente Donald Trump disse “eu meio que já me decidi”, quando foi questionado sobre as opções militares que ele estaria considerando em relação à Venezuela. “Veremos o que acontece. Quer dizer, não posso dizer o que é, mas fizemos muitos progressos em relação à Venezuela no que diz respeito a impedir a entrada de drogas.”

O Secretário de Estado Marco Rubio afirmou ontem (16), que os EUA estariam classificando o grupo criminoso venezuelano “Cartel de Los Soles”, liderado por Maduro, como uma organização terrorista internacional. Em comunicado, Rubio disse que o grupo, juntamente com outros cartéis, é responsável pela violência e terrorismo no hemisfério ocidental, além do tráfico de drogas com destino aos EUA e Europa. Rubio alertou que serão empregadas todas as ferramentas disponíveis para os interesses americanos de segurança nacional.
O porta-aviões USS Gerald R. Ford transporta cerca de quatro Esquadrões de Caças multifuncionais F/A-18 Super Hornets, além de uma unidade de ataque eletrônico com EA-18 Growler, especializadas em interferir e destruir radares inimigos. Esses seriam recursos importantes caso Trump ordene ataques à Venezuela, inclusive contra suas defesas aéreas.

À medida que o porta-aviões Ford se aproximava do Mar do Caribe, aeronaves de transporte logístico C-2 Greyhound da US Navy, utilizadas para reabastecer o navio, foram avistadas pousando em Porto Rico na semana passada.
A Ala Aérea Embarcada do Ford se junta aos dez F-35 do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA estacionados em Porto Rico, juntamente com os jatos de decolagem vertical AV-8 Harrier e os helicópteros de ataque AH-1 que operam embarcados no navio de assalto anfíbio USS Iwo Jima, que também está na região.

Diversos drones MQ-9 Reaper da USAF estão baseados em Porto Rico, enquanto pelo menos um AC-130J Ghostrider foi visto operando em em El Salvador. Os militares dos EUA se recusaram a informar quais plataformas estão realizando os ataques às embarcações de narcotraficantes que navegam pelo Caribe.
Os primeiros AC-130 foram vistos na região operando a partir de Porto Rico, de acordo com imagens oficiais divulgadas pela USAF, fotos feitas por spotters locais e pela agência de notícias Reuters. Aeronaves de patrulha marítima P-8 Poseidon também estão ativas na região, também operando a partir de Porto Rico.
Em setembro, equipes do 823º Esquadrão de Reparo Operacional Pesado de Implantação Rápida da USAF também foram enviadas para reparar a pista de pouso e construir estruturas de armazenamento no Aeroporto de Ceiba, em Porto Rico.

Voos de transporte com C-17 da USAF ligando várias bases nos Estados Unidos com Porto Rico e as Ilhas Virgens Americanas se tornaram quase diários. Bombardeiros de longo alcance B-52 e B-1 da USAF tem sobrevoado o espaço aéreo próximo da Venezuela ao menos uma vez por semana no último mês.
As forças armadas dos EUA realizaram mais de 20 ataques aéreos conhecidos contra embarcações que, segundo elas, transportavam drogas, resultando na morte de pelo menos 83 narcotraficantes. O ataque mais recente, que matou três pessoas de acordo com as forças armadas americanas, ocorreu em 15 de novembro no Oceano Pacífico oriental, conforme anunciado pelo Comando Militar Sul dos EUA.

O governo Trump afirma que os EUA estão realizando ataques legítimos contra cartéis de drogas que designou como organizações terroristas. Mas alguns legisladores e ex-funcionários do governo americano dizem que esses ataques equivalem a execuções extrajudiciais de contrabandistas de baixo escalão que não representam uma ameaça imediata aos EUA e que deveriam ser presos pelas autoridades.
Falando sobre uma possível ação militar dos EUA no Caribe para o programa Face the Nation da CBS, em 16 de novembro, o secretário do Exército, Dan Driscoll, disse que uma área de treinamento em guerra na selva no Panamá foi reativada e a tropa estava pronta para agir de acordo com as ordens do presidente e do secretário de Guerra. “Não costumamos falar sobre esse tipo de coisa, mas estaríamos prontos se nos pedissem”, disse Driscoll.
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