USAF: voo histórico de CAS feito 100% por mulheres. Em uma tarde clara e ensolarada de 24 de outubro, oito A-10 Thunderbolt II e dois F-16 Fighting Falcons foram liberados para a decolagem para conduzir o treinamento de apoio aéreo aproximado (CAS – Close Air Support) guiado por um time de Joint Terminal Attack Controller (JTAC). O interessante do treinamento do 25th ou 36th Fighter Squadron, é que naquele dia, cada uma dessas aeronaves foi pilotada por uma mulher.
É raro um esquadrão lançar uma formação de pilotos, que por acaso, são todos mulheres. Não só havia mulheres voando nos A-10 (25th FS) e F-16 (36th FS), mas também uma equipe feminina de meteorologia, que brifou os pilotos antes de entrarem na aeronave. As aviadoras planejaram e executaram todo o processo, desde a comunicação por rádio com a torre de controle até o chefe da tripulação que comandava a aeronave no solo. O esforço da equipe demonstrou a habilidade que as mulheres têm de liderar em todas as fases, desde o planejamento até a execução da missão.
Em 28 de abril de 1993, quando o ex-secretário de Defesa dos Estados Unidos, Les Aspin, ordenou que os serviços militares permitissem que as mulheres voassem em combate, não havia um cronograma de quando o mundo veria a porcentagem de mulheres pilotos aumentar. Hoje, quase 30 anos depois, há apenas 103 pilotos de caça (11F = Fighter Pilot) do sexo feminino de carreira na USAF. Dez por cento desses pilotos de caça voaram juntos em uma surtida de formação totalmente feminina na 51st Fighter Wing.
“Em meus 15 anos pilotando o F-16, fiz parte de 10 esquadrões de caça diferentes e tive um total de seis outras mulheres pilotos em todos esses esquadrões”, disse a Tenente-Coronel Katie “Taboo” Gaetke, da 7th Air Force e Chefe de Planos e Políticas. “Eu nunca estive em um esquadrão com mais de uma outra mulher piloto. Ter oito mulheres em um esquadrão de caça é irreal! ”
Gaetke continuou: “Quando você é a única mulher (ou qualquer minoria), ou uma de apenas duas ou três, há um fardo implícito que você carrega – representar todas as mulheres. Quer você perceba ou não, as pessoas se lembram de suas ações e tendem a generalizar o que você faz ou diz como representante de todas as pessoas que se parecem com você. Quando há oito mulheres em um único esquadrão de caças, de repente há muitos para ter apenas uma representando o grupo. Cada pessoa está mais livre para ser ela mesma, para contribuir com sua perspectiva única, para assumir riscos, inovar e cometer erros sem se preocupar em cumprir os estereótipos negativos de outras pessoas sobre ela. É quando nós, como Força Aérea, podemos realmente ganhar de diversas perspectivas: quando a diversidade não é apenas uma anomalia, mas, em vez disso, existe uma massa crítica”.
A história nos diz que mulheres aviadoras têm sido pilotos competentes desde os dias da Segunda Guerra Mundial e os WASPs, no entanto, na última década, os números aumentaram para um contingente agora notável. Algum dia não haverá nenhuma novidade em uma tripulação maior de pilotos do sexo feminino. Esta surtida é mais um passo para alcançar essa eventualidade.
“Quando eu estava na escola primária, conheci uma piloto do F-22 Raptor que estava estacionada na minha cidade natal, Anchorage, Alasca”, disse Grace “Slap” Herrman, piloto do A-10 Thunderbolt II. “Ela me disse que foi para a Academia da Força Aérea, onde voava em planadores e acabou sendo escolhida para ser piloto da USAF. Naquele exato momento percebi que ser piloto de caça era inteiramente possível para uma garota e eu seria piloto de caça”.
A tripulação aérea incluiu uma ampla gama de experiências, de uma tenente em sua primeira surtida no Esquadrão de Operações a tenentes-coronéis com anos de experiências operacionais inestimáveis. O lançamento mostrou o quanto as mulheres que operam na aviação aumentaram nos últimos anos. Com apenas 10 mulheres, a equipe abrangeu as qualificações de um dos pilotos mais qualificados dos esquadrões A-10 Thunderbolt II e F-16 Fighting Falcon até um dos mais novos.
Após o pouso, os líderes da 7th Air Force, 51st Fighter Wing sediada em Osan AFB – Coreia Do Sul, família, companheiros de equipe e tropas de escoteiros se juntaram a uma celebração de voo de despedida da Capitã Erin Fullam, piloto do F-16 Fighting Falcon. Sua devoção à aviação e excelência tem sido fundamental para o desenvolvimento do sucesso da missão em Osan.
“O significado do voo de hoje não é para nós, os pilotos”, disse a Capitã Grace “Slap” Herman. “É para a jovem que nunca viu uma mulher piloto de caça, muito menos 10 delas. Nós voamos por ela para que ela saiba que nada está fora de seu alcance e ela só precisa acreditar que um dia será uma futura piloto de caça”.
Fonte: Osan AFB
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