USAF usa fundos dos ICBM para converter 747 do Catar em Air Force One. A USAF vai usar os fundos restantes do ICMB para pagar a reforma de uma aeronave doada pelo Catar, transformando-a em um novo Air Force One.
A Força Aérea planeja usar os fundos restantes do programa de mísseis nucleares LGM-35A Sentinel para ajudar a pagar a reforma de um avião doado pelo Catar, transformando-o em um VC-25A (Air Force One).
EUA aceitou 747–8 doado pelo Catar e que será usado como Air Force One. Boeing 747-8i VVIP, matrícula P4-HBJ (c/n 37075), fabricado em 2012, que foi utilizado pelo governo do Catar sob a matrícula A7-HBJ.
O secretário da Força Aérea, Troy Meink, disse em uma audiência de 26 de junho que o dinheiro realocado do Sentinel era “excessivo à necessidade em 2024” e enfatizou que o programa para construir novos mísseis balísticos intercontinentais e infraestrutura de lançamento não sofreria ou veria mais atrasos na movimentação de fundos.
“Deixe-me ser bem claro, o programa Sentinel é totalmente financiado [e tem] todos os recursos necessários para ser executado o mais rápido possível”, disse Meink ao subcomitê de defesa de dotações do Senado.
O presidente Donald Trump expressou repetidamente insatisfação com os atrasos da Boeing na construção de um par de novas aeronaves VC-25B Air Force One, cuja entrega estava prevista inicialmente para 2024. Essas aeronaves agora estão programadas para serem entregues em 2029.
Desde 2018, a Boeing está trabalhando na conversão de dois 747–8i em novos VC-25B presidenciais. Eles irão substituir os atuais — e envelhecidos — VC-25A (baseados no Boeing 747–200), utilizados pela USAF como Air Force One desde o início da década de 1990.
Originalmente, os VC-25B deveriam ser entregues pela Boeing em 2024, mas constantes problemas no projeto causaram grandes atrasos no cronograma. A previsão é que os jatos estejam em serviço apenas em 2029, ou seja, após Trump deixar a presidência. Mais recentemente, o governo pressionou a Boeing para apressar na entrega dos VC-25B, que prometeu fazer o possível colocar os jatos em operação dois anos. Porém, os custos subiram e isto não constava no projeto original, delineado a preço fixo.
Alguns especialistas alertaram que reformar um Boeing 747–8i doado pelo Catar — que seria usado somente por um período relativamente curto — poderia custar mais de US$ 1 bilhão e não seria um bom uso do dinheiro dos contribuintes.
“Isso parece um dos maiores desperdícios de dinheiro no orçamento da USAF, mas também apresenta alguns problemas éticos e morais reais para este comitê”, disse o senador Chris Murphy, democrata de Connecticut, durante a audiência.
Meink disse aos legisladores que a estimativa bilionária é alta e afirmou que a Força Aérea não teria que cobrir despesas como treinamento e peças de reposição, que já foram pagas. Ele afirmou que a conversão do avião do Catar custaria menos de US$ 400 milhões e poderia ser concluída em menos de um ano.
Murphy classificou a estimativa de US$ 400 milhões de Meink como “extremamente otimista”. Ele observou que a preparação do avião do Catar, que levaria um ano, o deixaria pronto no final de 2026. Isso não deixaria muito tempo para a Força Aérea usar o avião e criticou os planos divulgados de transferir o avião para a biblioteca de Trump.
“Então, vamos gastar algo entre US$ 400 milhões e US$ 1 bilhão para adquirir um avião-ponte que dura somente um ano, ou um ano e meio?”, disse Murphy. “Se o avião estiver em posse dos EUA por apenas um ano e depois se tornar propriedade pessoal do presidente Trump, isso não parece um bom uso do dinheiro dos meus contribuintes”.
Troy Meink disse que a Boeing poderá entregar os VC-25B em 2028 em um ato de acelerar o projeto, então o jato da Qatar seria usado por mais de um ano. Já a senadora Jeanne Shaheen, democrata de New Hampshire, questionou Meink sobre relatos de que o jato catariano seria limitado a voos domésticos devido a questões de segurança e exigiria escolta de caça devido à falta de recursos de segurança normalmente incluídos em aviões Air Force One.
Troy Meink se recusou a discutir quais modificações seriam feitas e como o avião operaria em diferentes ambientes. A reestruturação do programa Sentinel, como parte de uma revisão de estouro de custos, fez com que parte do financiamento de 2024 estivesse disponível antes do que o programa realmente precisava, disse Meink.
Um aumento inesperado nos custos futuros da infraestrutura necessária para o Sentinel — que está planejado para substituir o arsenal nacional de centenas de ICBMs Minuteman III — desencadeou um processo conhecido como violação crítica de Nunn-McCurdy em janeiro de 2024. Após uma revisão, o Pentágono concluiu que o Sentinel era crítico demais para ser abandonado e, em julho de 2024, anunciou que a Força Aérea deve reestruturá-lo para reduzir os custos.
O Sentinel foi projetado originalmente para custar US$ 77,7 bilhões, mas, sem nenhuma alteração, seu custo real arriscou atingir cerca de US$ 160 bilhões. No entanto, mesmo a versão modificada do Sentinel ainda custaria cerca de US$ 140,9 bilhões, informou o Pentágono em julho passado.
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