USAF reduz tempo de parada dos bombardeiros B-2 Spirit em manutenção PDM. A USAF conseguiu reduzir em cerca de três meses, o tempo da parada programada dos bombardeiros furtivos B-2 Spirit submetidos aos processos de inspeção e manutenção de depósito (PDM). Sem dúvidas uma melhoria significativa, tendo em conta que a atual frota de B-2 é constituída de apenas 19 jatos.
Em serviço na frota operacional da USAF desde 1995, o B-2 matrícula 89-0128 “Spirit of Nebraska”, deixou o hangar do Air Force Life Cycle (AFLC) Management Center de Palmdale, na Califórnia, no último dia 15 de outubro, após 379 dias em PDM, encerrado 91 dias antes dos 470 dias habituais necessários para um B-2.
O PDM é um processo de inspeção, revisão e reparo geralmente feito em uma instalação de depósito de nível superior. Todas as aeronaves da USAF passam regularmente por pelo PDM, processo que se torna mais importante à medida que a aeronave envelhece e apresenta mais problemas.
Com uma idade média de 28 anos, a frota de B-2 passa regularmente pelo PDM. Como se trata de uma aeronave “stealth” (baixa visibilidade), além do processo padrão de inspeção aeronáutica, esses bombardeiros são submetidos à renovação dos materiais compostos e revestimentos especiais que o tornam furtivos.
Apesar de ter processos classificados, o AFLC informou que no PDM do “Spirit of Nebraska”, os técnicos de sistemas adiantaram o trabalho em 45 dias, ao realizar a inspeção da linha de combustível antes da equipe de materiais finalizar a restauração da pintura de baixa visibilidade. Foi a primeira vez que o processo foi realizado desta maneira.
Outro detalhe que reduziu a parada do “Spirit of Nebraska” foi que a equipe do PDM realizou pré-inspeções no jato antes dele chegar em Palmdale, o que lhes deu uma vantagem na identificação prévia de problemas, no pedido de peças e no planejamento do cronograma de reparos.
Com uma frota pequena (19 aeronaves), qualquer dia fora da linha de voo pode afetar a disponibilidade operacional para eventuais missões, principalmente para aeronaves globais, como é o caso dos Spirit. Em um momento de conflitos na Europa e Oriente Médio, e de grande tensão com a China, os B-2 são peça-chave na dissuasão nuclear dos EUA, e sua prontidão é fundamental para a segurança dos EUA e seus aliados.
“A capacidade de ataque de longo alcance e penetração do DOD em um conflito com a China poderia consistir em apenas seis a oito surtidas de B-2 por dia, dependendo da base das aeronaves, da duração das missões e do tempo necessário para virar a aeronave entre as surtidas”, escreveu em um artigo o Coronel aposentado da USAF Mark A. Gunzinger, diretor do The Mitchell Institute. “A perda de um único B-2 em combate ou em acidente seria como perder pelo menos 10 por cento do potencial de surtidas. Esta é a definição de uma força frágil.”
Originalmente a USAF contava com 21 B-2 a disposição da Força Global de Ataque, porém este número foi reduzido ao longo dos anos com com duas perdas, em 2008 na Base Aérea de Andersen, em Guam, e em 2022 na Base Aérea de Whiteman, no Missouri.
O futuro bombardeiro stealth da USAF será o B-21 Raider, que atualmente está em fase de voos de testes. Pelo menos 100 deles deverão ser encomendados pela USAF até meados a década de 2030. Por sua vez, o B-2 está programado para começar a se aposentar em 2032, mas até lá, muita responsabilidade recai sobre os ombros daqueles que o mantêm.
“Até que o B-21 seja colocado em campo, o B-2 é o único bombardeiro de ataque penetrável de longo alcance do mundo e a única aeronave que pode fazer o que precisamos que ele faça hoje”, disse o Cel. Francis Marino, Gerente do Programa B-2 da Diretoria de Bombardeiros no AFLC. “Enquanto a aeronave estiver operacional e nossos adversários continuarem a apresentar armamentos novos e avançados em todo o espectro eletromagnético, teremos que investir continuamente na letalidade do B-2, sua capacidade de sobrevivência e, claro, sua prontidão.”
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