O dia 9 de dezembro, o Campo de Provas Yuma, no Arizona testemunhou o encontro entre um Lockheed Martin F-22 Raptor, um Lockheed Martin F-35A Lightning II e o protótipo do Kratos Defense XQ-58A Valkyrie do Air Force Research Laboratory’s, que voaram em formação pela primeira como parte de uma tentativa de demonstração de transmissão de dados entre as três aeronaves.
O F-22 e o F-35A compartilharam dados com sucesso usando uma nova tecnologia chamada “gatewayONE”, mas o XQ-58A não conseguiu se conectar a rede de dados, informou a USAF em 14 de dezembro. Os sistemas de comunicação seguros do F-22 e do F-35 não “falam ntre si” diretamente. O F-35 usa o link de dados multifuncional e o F-22 usa o link de dados intra-voo.
A incapacidade dos sistemas de comunicação dos caças de quinta geração de trocarem dados vem causando dores de cabeça no Departamento de Defesa (DoD), que tem usado soluções alternativas durante operações. Algo meio constrangedor, pois afinal tratam-se dos dois mais caros aviões de combate do mundo, que na era da comunicação, não se comunicam
Porém, o dispositivo gatewayONE permitiu a tradução dos dados a serem enviados do F-22 para o F-35A e vice-versa, compatibilizando os dados para o formato do datalink do destinatário.
O gatewayONE não apenas pode traduzir esses formatos, mas neste teste ele transitou dados que normalmente são relegados a um centro de operações ou nó tático terrestre, empurrando-os diretamente para a cabine de comando dos pilotos pela primeira vez. Além disso, o teste passou os dados de posição de cada plataforma para fora da formação, o que permite que os gerentes de batalha no solo ou no ar orquestrem melhor as operações.
O GatewayONE faz parte do programa de desenvolvimento Advanced Battlefield Management System (ABMS) da USAF, um esforço para criar uma rede militar da Internet das coisas, que passará informações de forma rápida e autônoma pelo campo de batalha. O DoD espera que mais informações nas mãos de pilotos, marinheiros e soldados os ajudem a localizar o inimigo e reagir mais rapidamente.
“O futuro é promissor, e o gatewayONE permitirá que o F-22 e o F-35 se conectem e alimentem fontes de dados que nunca antes acessaram. Essas conexões futuras trarão consciência adicional do campo de batalha para a cabine do piloto e permitirão disparos integrados entre as forças dos EUA”, disse o Tenente Coronel Eric Wright, piloto de F-35 do 59th Test and Evaluation Squadron.
Como parte do voo de demonstração de 9 de dezembro, o XQ-58A Valkyrie foi lançado com um foguete no própio Campo de Preovas de Yuma e fez um vôo “semi-autônomo” ao lado do F22 e do F-35 pela primeira vez.
O software do gatewayONE foi integrada ao Valkyrie para sua viagem inaugural com os caças de 5ª geração para conduzir um teste inicial de uma plataforma atritável. No entanto, logo após a decolagem, as cargas úteis de comunicação perderam a conectividade e esses objetivos não puderam ser realizados. O programa de voo de demonstração tinha 18 objetivos de teste e completou nove com sucesso, diz a USAF.
O DoD afirma que também testou com sucesso a capacidade do F-35B dos Fuzileiros Navais dos EUA de enviar vídeo full-motion para um controlador de solo, usando a forma de onda da Tecnologia de Rede de Alvo Tático (Tactical Targeting Network Technology) e um Boeing KC-46A Pegasus como meio de comunicação.
O sonho da USAF é imitar muitas das funções da moderna internet civil, usando inteligência artificial e outras formas de automação para fazer sugestões rápidas aos tomadores de decisão no campo de batalha.
“É um microcosmo da internet onde a nuvem está lá, as análises estão lá, o KC-46 está lá desempenhando o papel de uma torre de celular. É o roteamento de dados entre a nuvem e os usuários. Os usuários são os caças, que mesmo estando dentro de uma área de negação da comunicação, não são impedidos de falar com o KC-46, que está fora da aérea de perigo ”, informa a USAF.
@CAS