USAF quer 72 novos caças por ano. A USAF solicitou este ano diretamente ao Congresso um complemento de 72 novos caças. Ela alega que precisa ter este aporte anual no orçamento, não só para modernizar sua frota, mas para ampliar e reduzir a idade das aeronaves de combate.
Se não trouxer tantos novos caças anualmente, alega o Alto-Comando da USAF, o serviço não terá aeronaves novas suficientes para substituir caças antigos e aposentados, como o F-15C e ficará defasado para se opor a uma ameaça potencial, hoje vinda do Oriente. Nos últimos anos a Força Aérea tem deixado a desejar, pedindo a aquisição de caças abaixo da meta ideal.
Porém, este ano, a conjectura foi diferente e a proposta de orçamento fiscal para 2024, lançada em março, quebrou essa tendência, pois a USAF pediu dinheiro para comprar 48 novos F-35A e 24 F-15EX Eagle II, ou seja, 72 aeronaves novas. E ao que se sabe, não será só em 2024. A USAF quer no mínimo 72 novos caças para os orçamentos de 2025, 26, 27 e assim por diante.
“Este ano, pela primeira vez desde que estou neste negócio, há 72 novos caças no orçamento da Força Aérea”, disse o Tenente-General Richard Moore, Vice-Chefe do estado-maior para planos e programas da Força Aérea. “Estamos super empolgados com isso. … Eu certamente acho que vocês verão novamente esta proposta nos próximos anos”.
Expectativa versus realidade. Nos últimos anos, a USAF não incluiu no orçamento tudo o aquilo que deseja em sua solicitação de orçamentária básica. Ao invés disto, fez isto em com alguns itens desejados em uma lista de prioridades paralelas, mas sem financiamento.
Por exemplo, a solicitação de orçamento do FY23 originalmente pedia 33 novos F-35A e 24 F-15EX – 57 no total. O serviço solicitou sete F-35A adicionais como parte de sua lista de desejos de US$ 4,6 bilhões naquele ano. O Congresso finalmente aprovou um total de 43 F-35A, juntamente com 24 F-15EX, fechando um total de 67 caças. Mas a USAF está se afastando dessa abordagem, enquanto tenta planejar de forma mais confiável para as necessidades futuras, disse Moore.
“Algumas das coisas sobre as quais conversamos nos últimos ciclos orçamentários agora fazem parte do orçamento básico”, explicou Moore. “Eles não fazem parte da lista de prioridades sem financiamento, não são uma lista de desejos. Setenta e dois caças é um ótimo exemplo”.
A lista de desejos de US$ 2,5 bilhões da USAF para o FY24 era um pouco mais da metade do tamanho da lista do ano fiscal anterior e não pedia nenhum caça adicional. Pediu mais de US$ 633 milhões para acelerar a entrega da aeronave Boeing E-7A que substituirá o E-3 Sentry e quase US$ 64 milhões para comprar uma dúzia de tanques de combustível conformais para o F-15EX, que ampliará seu alcance e capacidade de armas.
Mas enquanto a Força Aérea quer tornar uma tendência pedir 72 caças, Moore disse que parte disso depende da capacidade da Lockheed Martin de construir os F-35, hoje um gargalo nas vendas e a operacionalidade. Ele entende que a base industrial de defesa também tem limitações, incluindo problemas persistentes na cadeia de suprimentos e na força de trabalho decorrentes da pandemia da COVID-19, o que dificultaria a contratação de mais de 72 combatentes por ano. Mas isto deve e terá que ser solucionado.
A USAF planeja comprar um total de 104 F-15EX, com os 24 finais programados para serem solicitados no FY25. Os documentos orçamentários da Força Aérea mostram que o serviço espera solicitar 48 novos F-35 a cada ano até o ano fiscal de 2028 (FY28).
Moore disse que o plano da Força Aérea de aposentar 32 caças F-22A Raptor bloco 20 economizaria cerca de US$ 2,5 bilhões em cinco anos, o que seria direcionado para a plataforma Next Generation Air Dominance de sexta geração. “Está claro para nós que, para chegar em meados dos anos 30 com uma força capaz de vencer a guerra modern, temos que chegar a um caça de sexta geração, e isso é NGAD”, acrescentou Moore.
Embora os F-22 destinados à aposentadoria sejam caças de quinta geração, disse Moore, eles não têm capacidade de combate e nunca o farão sem um investimento significativo. Atualizá-los com sistemas de comunicação modernos, recursos de guerra eletrônica e armas levaria cerca de uma década para começar, custaria cerca de US$ 3,5 bilhões e afastaria os engenheiros e funcionários da Lockheed Martin do esforço de modernização do bloco 4 do programa F-35.
“Essa é uma troca para nós que não faz o menor sentido: atualizar aeronaves daqui a uma década com grandes despesas, enquanto impacta o bloco 4 do F-35 ao mesmo tempo. Não achamos que esse seja um curso de ação viável”.
Moore também disse que o foco em investimentos em pesquisa e desenvolvimento é uma prioridade para o secretário da Força Aérea, Frank Kendall. Em um sinal de quão importante Kendall vê esse esforço, o orçamento proposto pelo Departamento da Força Aérea para pesquisa, desenvolvimento, teste e avaliação aumentaria quase US$ 5 bilhões indo para US$ 9,3 bilhões, sendo quase 10% dos US$ 55,4 bilhões propostos pelo FY24.
@CAS