USAF planeja aposentar U-2 Dragon Lady no final de 2025. A aposentadoria dos veneráveis U-2 Dragon Lady da USAF, foi novamente pauta no Congresso norte-americano. Em uma audiência realizada na terça-feira (02/05), no Comitê de Serviços Armados do Senado sobre o orçamento deste ano, o senador Ted Budd, citou brevemente a retirada de serviço dos aviões-espiões.
Originalmente o plano previa retirar de serviço todos U-2 em meados desta década, mais precisamente entre os anos fiscais de 2021 e 2022, o que acabou sendo vetado pelo Congresso. O novo pedido enviado no ano passado não especificou data para aposentadoria, mas descartou qualquer investimento na modernização dos Dragon Lady a partir de 2025.
Mais recentemente, novos documento do orçamento citam que a USAF planeja manter a frota de aviões-espiões U-2 operacional até o final do mês de setembro de 2025. Conforme a reportagem do Air Force Time, a USAF espera que o Congresso derrube qualquer barreira que impeça a aposentadoria dos jatos durante o ano fiscal de 2026.
Cabe salientar que os esforços da USAF vão além da desativação dos U-2, mas também atinge a frota dos UAV de vigilância RQ-4 Global Hawk. Na visão dos congressistas, caso ambos vetores fossem retirados de serviço, os EUA ficariam sem aeronaves de reconhecimento de grande altitude, vigilância de fronteiras e rastreio de inimigos. De acordo com a USAF, essa carência seria suprida por sensores baseados no espaço, que teriam a capacidade de coletar imagens de alta altitude, semelhantes as realizadas por essas aeronaves.
O projeto do lendário avião-espião U-2 Dragon Lady surgiu durante a Guerra Fria, com o objetivo de realizar voos em grandes altitudes sobre a então União Soviética. A sua capacidade de realizar missões tripuladas em altitudes superiores a 70.000 pés (21.000 metros), bem como seus equipamentos, câmeras e sensores sempre atualizados, o tornam uma importante plataforma de inteligência na frota da USAF, apesar da sua idade avançada.
Atualmente os 27 U-2 da USAF são sediados na Base Aérea de Beale, na Califórnia, mas sua operações não tem fronteiras. Recentemente os Dragon Ladies assumiram um novo papel como plataformas de testes para uma série de avançadas tecnologias de reconhecimento e comunicação, e ajudaram a avaliar novas ferramentas de inteligência artificial que poderão equipar futuros drones de combate.
No início deste ano, um U-2 foi acionado para uma insólita missão: acompanhar e registrar o balão espião chinês que sobrevoou o território dos EUA em fevereiro. Como o objeto voava em altitudes muito elevadas (cerca de 65 mil pés), a capacidade do U-2 foi fundamental para capturar imagens de alta definição. Na missão, o piloto do U-2 inclusive fez uma selfie enquanto acompanhava o balão em uma área sobre a região central dos Estados Unidos (veja detalhes aqui).
Além disso, o U-2 também está sendo usado como uma plataforma substituta no programa Advanced Battle Management System da USAF, que visa melhorar drasticamente as capacidades de compartilhamento de dados entre os meios militares. Ainda não está claro como a USAF reaproveitaria os pilotos de U-2 após a aposentadoria desses jatos.
@FFO