USAF investe na pesquisa para automação de aviões de grande porte. A USAF e a empresa de tecnologia Reliable Robotics fecharam um contrato para estudos de viabilidade de operações autônomas com aviões de grande porte, especialmente os cargueiros. O anúncio foi divulgado em 08 de fevereiro pela empresa contratada.
Este não é o primeiro contrato recebido pela Reliable Robotics para esse tipo de pesquisa. Entre maio de 2021 e outubro de 2022, o Laboratório de Pesquisa da Força Aérea (AFRL) contratou a empresa sob o programa “Pesquisa de Inovação em Pequenas Empresas”, com o objetivo de desenvolver e testar tecnologias autônoma para aeronaves atualmente em serviço na USAF.
“Este estudo mais recente vai além, explorando a e analisando a viabilidade para a automação de operações cargueiras. O que está envolvido? O que é preciso? As várias aplicações e utilidades em uma aeronave, quais são as mais importantes para a Força Aérea automatizar?”, disse o Major-General da Reserva David O’Brien, Vice-Presidente de Soluções Governamentais da Reliable Robotics, em recente entrevista à Air & Space Forces Magazine.
O Oficial-Aviador da Reserva, que também trabalhou em companhias aéreas civis, continuou: “Então falaremos um pouco sobre a implantação de aeronaves autônomas, sua utilização e em que condições essa autonomia realmente ajudaria a atender às necessidades das missões.”
A Reliable Robotics prevê que no futuro as aeronaves cargueiras poderão voar com ou sem tripulantes, totalmente operadas remotamente, minimamente tripuladas ou tripuladas, dependendo do tipo de missão. Isso reduziria as necessidade de mão de obra e aumentaria a flexibilidade.
“Se eles tivessem uma solução em que pudessem operar os grandes aviões cargueiros de forma autônomas, da mesma forma que operam tripulados, isso seria uma grande vantagem, principalmente em termos de utilização das aeronaves”, acrescentou O’ Brien.
O gerenciamento de operações de longa duração, como para a região do Indo-Pacífico, seria uma das vantagens de uma aeronave com tripulação mínima e operando de forma autônoma. Recentemente o Comando de Mobilidade Aérea da USAF superou alguns limites com missões experimentais de alta resistência com tripulações limitadas.
“A USAF está definitivamente focada em utilizar as aeronaves em um ritmo mais alto, e busca maneiras inovadoras para impulsionar essas ações sem exigir mais dos operadores. E então a autonomia é, eu acho, uma grande solução para isso”, observou O’Brien.
Grande parte dos estudos com aeronaves autônomas e remotamente pilotadas está na arena de combate, mas as operações cargueiras também podem ser uma boa opção para aumentar as capacidades da Força. A Reliable Robotics traz novos elementos para essa discussão, porque se destina à utilização em aeronaves atualmente existentes.
O sistema de autonomia estudado pela Reliable Robotics não impedirá que o avião seja tripulado, porque sua instalação não modificará a cabine de comando da aeronave, que permanecerá completamente funcional caso os pilotos optem por voar a aeronave, afirmou o Executivo da empresa.
Aeronaves tripuladas opcionalmente poderão ser uma parte significativa da futura frota da USAF. Tanto o bombardeiro B-21 Raider, quanto o caça Next Generation Air Dominance (NGAD) foram projetados tendo em mente uma tripulação opcional. Para aeronaves cargueiras, a autonomia poderá ser particularmente relevante, graças à demanda de transportadoras comerciais que podem acelerar o desenvolvimento tecnológico.
“Muitas das vantagens que a Reliable está trabalhando em sua solução comercial para cargueiros civis serão diretamente aplicáveis às operações da Força Aérea. E acho que é justamente por isso que a USAF está animada com esse estudo”, disse O’Brien.
A Reliable Robotics está trabalhando com a Federal Aviation Administration (FAA) para obter aprovação de segurança para sua tecnologia. Mas a necessidade mais urgente é fornecer uma análise de viabilidade para o projeto: “Temos uma série de testes que queremos fazer para garantir a satisfação da Força Aérea. Para isso vamos nos reunir frequentemente com eles, acessar as aeronaves e reunir o maior número de informações que precisamos para fazer uma avaliação de como será a autonomia em um avião cargueiro de grande porte”, disse O’Brien.
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