USAF equipa AC-130J com arma laser. A Lockheed Martin anunciou no dia 6 de outubro que a USAF recebeu o novo Airborne High Energy Laser (AHEL) embarcado em uma aeronave Lockheed Martin AC-130J Ghostrider, para o início dos testes em solo e de voo, que deverão culminar com a realização voos com disparos reais em 2022.
“Nossa tecnologia está pronta para uso hoje”, disse Rick Cordaro, vice-presidente da Lockheed Martin Advanced Production Solutions, em um comunicado coletado pela DefenseDaily. “Esses marcos de sucesso de missão são um testemunho de nossa parceria com a Força Aérea dos Estados Unidos para fazer rapidamente um progresso significativo no desenvolvimento de sistemas de armas a laser.”
O United States Special Operations Command (USSOCOM) tem trabalhado na criação de uma aeronave armada com laser há seis anos, em colaboração com o Naval Surface Warfare Center sediado em Dahlgren, Virginia. Embora outras armas a laser tenham feito grandes avanços em aplicações aerotransportadas, incluir tudo isso nas limitações de tamanho, peso e potência de uma aeronave foi um grande desafio, que parece começar a ser vencido pelo AHEL da Lockheed Martin.
O AHEL é apenas um de uma série de novos projetos do Pentágono para demonstrar a capacidade das armas laser serem cada vez menores e mais compactas, atingindo uma escala de “armas portáteis”. A diferença está na energia. Enquanto algumas das novas armas laser da US Navy tem 150 quilowatts ou mais, o AHEL é avaliado em 60 quilowatts.
O AC-130 Ghostrider já ostenta um formidável arsenal bélico e o acréscimo de armas lasers irão complementar sua capacidade. O laser irá se juntar ao obus de 105 mm guiado por radar da era do Vietnã, ao canhão de disparo rápido de 30 mm, bem como a moderna capacidade de ataque de precisão, com as bombas GBU-39 (250 lb) guiadas por GPS os mísseis guiados a laser AGM-176 Griffin. O laser tem 60 quilowatts é uma fonte fraca se comparada até mesmo o canhão GAU-23 de 30 mm do próprio Ghostrider, que pode perfurar duas polegadas de chapa de aço a uma milha de distância ou destruir um caminhão com um único tiro.
No entanto, o laser pode fazer algo que nenhuma arma existente pode fazer: pode atacar furtivamente. O laser é silencioso e o feixe é invisível. Não há rajadas ou flashes, e os efeitos no alvo podem passar despercebidos inicialmente. Alguns exemplos dos chamados “efeitos escaláveis” são derreter pneus de veículos ou tornar um radar ou antena de comunicação inútil sem explodir ela um ataque cinético. A arma a laser pode criar silenciosamente vários incêndios, no que John Corley – Diretor do Centro de Armas Aéreas da USAF, chamou de “negação plausível”.
Por exemplo, explosões ocorreram em armazéns de munição no Iraque devido ao armazenamento de explosivos em temperaturas excessivas e a explosão que devastou Beirute parece devido a má gestão de materiais perigosos, poderiam ser produzidas por uma arma laser, sem deixar sem deixar rastros forenses, o que pode tornar a nova arma valiosa em operações especiais. Hoje, qualquer pessoa que sugira que um incêndio florestal foi causado por ataques secretos de laser provavelmente será ridicularizada, e com razão. Daqui a alguns anos, distinguir a teoria da conspiração da realidade pode ser muito mais difícil.
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