USAF e Northrop Grumann aceleram programa do novo bombardeiro B-21 Raider. A USAF está acelerando o programa do futuro bombardeiro de longo alcance B-21 Raider. A informação é de Kathy Warden, presidente e CEO da Northrop Grumman, durante uma teleconferência para jornalistas sobre os resultados trimestrais da empresa.
Apesar do reconhecimento de que o programa está acelerando, as taxas de produção do B-21 permanecem classificadas, disse Warden. A inflação tem causado preocupação para algumas empresas, especialmente por causa dos contratos de preço fixo. Para acalmar os investidores, Warden apontou que, embora a produção inicial de baixa taxa (LRIP – Low-Rate Initial Production) do B-21 seja com preço fixo, o desenvolvimento não é desta forma.
Além disso, de acordo com David Keffer, Vice-Presidente Executivo e Diretor Financeiro da Northop Grumman, os custos da produção das aeronaves de taxa total ainda precisam ser negociados. A fase de produção deve iniciar entre 2025 e 2026. Um relatório da USAF divulgados no início de abril, mostram que serão investidos cerca de US$ 20 bilhões para o desenvolvimento e produção dos B-21 ao longo do plano de defesa de cinco anos.
De acordo com Keffer, a fase LRIP, que começará em 2023, e será executada temporariamente em paralelo com a fase atual de Desenvolvimento de Fabricação (EMD – Engineering and Manufacturing Development) do projeto. O B-21 está “atualmente em sua fase EMD de custos, com uma variedade de taxas de incentivo que acumulamos com base na realização prevista. É uma parte crítica de integração e testes, e continuamos focando em eficiências de produção”, disse Keffer.
No contrato inicial de 2015, o LRIP inclui 21 aeronaves divididas em cinco lotes. Warden confirmou que o custo unitário do B-21 ficará abaixo do custo de produção inicial de US$ 550 milhões, previsto pela USAF em 2010. A última vez que este valor foi corrigido foi em 2019, disse ela, quando o custo unitário médio era “um pouco mais de US$ 600 milhões”. Usando o método de escalonamento do IPC de 2010, seriam US$ 741,69 milhões hoje. Esse, no entanto, é o limite de preço fixo do contrato inicial, e as unidades de taxa integral terão a inflação mais recente contabilizada.
Ainda assim, Warden disse que espera que a inflação “modular” nos próximos anos. “Continuamos esperando que a produção seja precificada e executada de forma lucrativa dentro da meta de custo unitário médio de aquisição do programa”, disse ela.
A USAF confirmou que a primeira aeronave entrou na fase de testes em solo recentemente, abrindo o caminho para o primeiro voo. De acordo com Warden, “há mais cinco aeronaves adicionais em vários estágios de montagem.”
“Esse progresso é parcialmente possibilitado por nossos recursos de design digital e tecnologias avançadas de fabricação, que reduzem o risco antes do primeiro voo da aeronave”, disse Warden. “Olhando para o futuro, esperamos que as vendas do programa B-21 cresçam, à medida que a fase EMD progrida para uma produção LRIP. Essa suposição sustenta nossas expectativas de que a receita aeronáutica seja estável no próximo ano e retorne ao crescimento em 2024.”
As informações divulgadas pela CEO da Northrop Grumann para os jornalistas, tem o objetivo garantir que a inflação seja entendida no escope desse projeto: “Isso é uma coisa importante para nós, e é por isso que esclarecemos um pouco mais sobre como é a produção do programa B-21, à medida que nos aproximamos dessa fase. Nós licitamos uma quantidade definida. Essa quantidade não é algo que eu possa compartilhar, mas é uma pequena parte do programa geral, e isso foi licitado como preço fixo. E nessa oferta, é claro, na época estabelecemos algumas expectativas sobre a inflação para se ajustar ao período de tempo.”
“Continuaremos a analisar se essas projeções ainda são válidas. Vou lembrá-los que por alguns anos, ainda não entraremos na fase de produção de forma significativa, portanto, temos um bom tempo e esperamos que a inflação se modifique. Ainda não vimos – com base nas projeções que fizemos hoje – um impacto no programa”, disse Warden, complementando que “a Northrop Grumman trabalhará para garantir que essas quantidades sejam executadas de forma lucrativa”.
Questionada se ela acha que o governo vai deixar de praticar contratos com preço fixo, Warden disse: “Acho que já vimos isso antes”.
A USAF alterou algumas vezes os seus planos originais para os novos B-21. Inicialmente seriam construídos entre 80 e 100 aeronaves, depois fixou em 100, e mais recentemente falou-se em “pelo menos 100”, embora Oficiais do Comando de Ataque Global da USAF tenham dito que o provável requisito é na ordem de 145 aeronaves.
O secretário da USAF, Frank Kendall, também definiu como “imperativo operacional” a necessidade de complementar o B-21 com aeronaves não tripuladas que o escoltarão, fornecendo interferência eletrônica, armas adicionais e provável supressão de defesa. Nenhum custo para esse aspecto do programa foi compartilhado.
Fonte: AFM
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