Em 09 de novembro, o ACC – Air Combat Command da USAF, divulgou o relatório do conselho de investigação de acidentes (AIB – Accident Investigation Board), sobre a queda do F-16CM-50-CF AF 94-0043 (c/n CC-195), ocorrido em 30 de junho, na Base Aérea de Shaw, Carolina do Sul, que causou a morte do seu piloto.
O 1º Tenete David Schmitz (32), era piloto no 77th Fighter Squadron “Gamblers”, da 20th Fighter Wing, em Shaw, e realizava uma operação de treinamento e qualificação noturna, que incluía uma missão SEAD contra defesas aéreas inimigas, além da suas primeiras tentativas de reabastecimento em voo (REVO) a noite.
Voando como número dois da esquadrilha, o Ten. Schmitz falhou no reabastecimento, em uma noite que havia muita turbulência. O seu Líder orientou que as demais missões fossem abortadas, e ambos retornaram para a Base Aérea de Shaw, devido ao baixo nível de combustível. No voo de volta, o Líder comentou no radio sobre as más condições meteorológicas: “Essa não foi a maneira de começar sua experiência de tank noturno. Isso foi realmente desafiador”, e o Tenente Schmitz se resumiu a responder “sem desculpas”, mostrando-se incomodado com o ocorrido.
Durante a fase final de pouso na pista 22R, o Tenente Schmitz fez uma aproximação abaixo da rampa de descida, vindo a colidir o trem de pouso principal esquerdo contra antenas do localizador, próximo à cabeceira da pista. Com o trem bastante danificado, o F-16 tocou na pista e arremeteu, para um voo com sérias dificuldades de controle direcional. O piloto alertou o controle de tráfego aéreo sobre a situação, e após mais de vinte minutos de conferência entre os responsaveis de seguranca de voo da unidade, o Supervisor de Voo (SOF) orientou uma tentativa de pouso usando o cabo de arrasto na pista 04L. Durante a manobra, o gancho da cauda do F-16 não pegou o cabo e a asa esquerda bateu na pista, arrastando a aeronave para a esquerda. O Tenente Schmitz realizou a ejeção, entretanto uma falha no dispositivo fez com que o seu pára-quedas não abrisse, e atingiu o solo ainda preso ao assento ejetável, causando a sua morte instantaneamente.
“Este acidente é um trágico alerta sobre os riscos inerentes à aviação de caça, e das nossas responsabilidades na supervisão exigida para uma execução bem-sucedida da atividade”, disse o General Mark Kelly, Comandante do ACC. “O relatório AIB identificou uma sequência de anomalias de execução importantes e falhas de material que resultaram neste acidente. Por exemplo, para dar conta das demandas crescentes e da carga de trabalho dos tripulantes em missões noturnas, as diretrizes da USAF exigem que os pilotos tenham prévio treinamento de reabastecimento em voo diurno, antes de tentar fazê-los à noite. Isso não ocorreu com este oficial, e quando temos quebras de diretrizes e de supervisão, teremos falhas críticas. É imperativo que entendamos totalmente o que aconteceu, e avaliemos meticulosamente o risco”
O AIB determinou que a causa do acidente foi a falha do piloto em interpretar corretamente o sistema de iluminação de aproximação ALS (Automated Landing System), e identificar o limite da pista durante sua primeira tentativa de pouso, resultando em sérios danos em um trem de pouso. Além disso, o presidente do AIB encontrou dois fatores que contribuíram substancialmente para o acidente: (a) o Supervisor de Voo optou por não consultar o fabricante da aeronave, e decidiu por tentar um pouso usando os cabos, ao invés de orientar uma ejeção controlada em área segura; (b) a uma série de avarias foi encontrada no assento ejetor, o que resultou no impacto do piloto contra o solo, enquanto ainda estava preso ao assento.
O ACC determinou que o custo dos danos à propriedade do governo foi de US$ 25.016.107,00.
@FFO