A Força Aérea dos Estados Unidos (USAF), está enviando os seus dois OC-135B Open Skies (AF 61-2670 e AF 61-2672) para o cemitério, depois que os EUA se retiraram do tratado no ano passado. Ainda não está claro se o novo governo do Presidente Joe Biden voltará a fazer parte do acordo de monitoramento de armamentos com a Rússia.
Como não há mais um requisito de missão para os OC-135B, a USAF informou decidiu iniciar os procedimentos de descarte de equipamentos, de acordo com o padrão e os regulamentos. Isso inclui o envio, nos próximos meses, das duas aeronaves do 45th Reconnaissance Squadron, sediados na Base Aérea Offutt, em Nebraska, para o 309th Aerospace Maintenance and Regeneration Group (309th AMARG), também onhecido como “cemitério”, na Base Aérea Davis-Monthan, Arizona.
O anúncio ocorre uma semana depois da USAF enviar para o Congresso um relatório sobre a viabilidade das aeronaves, conforme exigido pelo projeto de lei de política de defesa de 2021.
A USAF está considerando o destino de alguns equipamentos embarcados, como as câmeras “wet-film” e o Sistema de Imagem Visual Digital, que poderiam ser disponibilizados para aliados e parceiros por meio do programa de Vendas Militares Estrangeiras (FMS).
Com quase 70 anos, as células dos OC-135B foram convertidas à partir de dois WC-135B. Começaram a voar em 1993, e são equipadas com equipamentos de missão especializados, como radar de abertura sintética lateral, dispositivos de varredura de linha infravermelha, câmera de vídeo e câmeras ópticas de enquadramento e panorâmicas. Nos últimos anos, a USAF trabalhou para manter atualizadas as câmeras e, no ano passado, cancelou os planos de modernização das aeronaves.
Em 2018, o Departamento de Estado declarou que a Rússia estava violando o tratado ao impedir o acesso a Kaliningrado e à fronteira com a Geórgia. A USAF não fez nenhuma surtida na época, mas retomou os voos em 2019 e agora continua voando em um ritmo bem lento.
Antes que o governo Trump se retirasse formalmente do tratado em novembro de 2020, as autoridades americanas reclamaram repetidamente que Moscou violou o acordo, alegando também que os sistemas de satélite poderiam fornecer melhor vigilância do que as aeronaves.