USAF: aviação de transporte e reabastecimento em voo terá que se modernizar para sobreviver às futuras ameaças. A crescente capacidade dos mísseis de precisão e longo alcance da China, está forçando que a USAF repense o conceito de sobrevivência para os futuros aviões de transporte e de reabastecimento em voo. A declaração foi dada no mês passado pelo Secretário da USAF, Frank Kendall, durante um webinar com o Conselho de Relações Exteriores dos Estados Unidos.
“A maneira tradicional de transformar uma aeronave comercial – como o DC-10 ou o 767 – em um avião-tanque ou cargueiro, ou mesmo projetar uma aeronave personalizada como o C-17 sem um alto padrão em capacidade de sobrevivência, não atenderá mais às necessidades da USAF no futuro”, afirmou Kendall.
“A ameaça está nos tirando essa liberdade. Adversários como a China são capazes de rastrear e disparar contra nossas aeronaves a distâncias cada vez maiores, portanto, devemos projetá-las com capacidade de sobrevivência em mente”, reforçou o Secretario.
Kendall também disse que a próxima apresentação do orçamento para o ano-fiscal 2024 contemplará estudos para novos vetores de mobilidade, guerra eletrônica e munições que, segundo Kendall, segmentos que por muito tempo estão sendo “negligenciados”, e que “há muitos conceitos a ser explorados”.
A USAF está focada em aviões de transporte com design “blended wing body” (BWB), ou asas e fuselagem combinados, um conceito não explorado no segmento comercial, portanto, “não há aeronaves civis que a USAF possa adaptar às futuras necessidades”, observou Kendall. Embora a USAF continue investindo da modernização da sua atual – e envelhecida – frota de aviões-tanque, ela está de olho na próxima geração. “Os futuros reabastecedores precisarão sobreviver em um ambiente hostil que os projetistas das aeronaves atuais não tinham que se preocupar no passado”, salientou o Secretário.
Em outubro de 2022 a USAF divulgou no seu Climate Action Plan, que em conjunto com a Defense Innovation Unit (DIU), irá estudar conceitos de aeronaves BWB, e que teste com protótipos deverão ocorrer até 2027. Para, em julho de 2022, emitiu uma solicitação pública à indústria sobre o conceito BWB.
O BWB é, em essência, uma asa voadora como são os bombardeiros B-2 e B-21. A USAF espera que esse conceito aplicado na frota de transporte poderia implicar na redução de até 30% no consumo de combustível total. Além disso, o baixo perfil reduz a seção transversal da assinatura radar quando comparado com os aviões de transporte atuais, aumentando sua sobrevivência e furtividade em ambientes hostís.
O Secretário Kendall não deixou claro se alguns pontos como o atual plano da USAF de transformar os aviões-tanque existentes em “pontes de comunicações”, o pedido de 179 aeronaves KC-46A Pegasus, bem como a concorrência da próxima licitação KC-Y para compra de novos reabastecedores, que a Lockheed Martin e a Airbus estão com o seu A330 LMXT.
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