USAF amplia presença dos A-10C Thunderbolt II na Europa. A Guarda Aérea Nacional da USAF, de Maryland, Estados Unidos, recentemente enviou para a Europa dez aviões de ataque A-10C Thunderbolt II, com objetivo de participar de exercícios de combate com aliados da OTAN. É o mais recente passo da USAF em direção a uma maior presença dos seus A-10 na no continente europeu.
Cerca de 170 militares do 104th Fighter Squadron (104 FS) chegaram na Europa no início de maio, e passaram quatro semanas participando dos exercícios “Swift Response” (do Exército dos EUA) e “Defender Europe”. Foram mais de 200 missões realizadas em 10 países.
No “Swift Response” os A-10 apoiaram ataques aéreos de pára-quedistas na Escandinávia e nas regiões do Báltico, Bálcãs e Mar Negro. O exercício envolveu aproximadamente novem mil militares de 17 países, incluindo cerca de 2.700 militares norte-americanos. Quatro A-10 e cerca de 50 militares do 104 FS operaram à partir da Base Aérea de Andoya, na Noruega, situada dentro do Círculo Polar Ártico. A mais de 2.700 quilômetros de distância dali, outros seis A-10 e aproximadamente 60 militares realizaram operações no Aeroporto de Ohrid, na Macedônia do Norte.
No exercício “Defender Europe”, todos dez Warthogs foram reunidos na Letônia, junto com outros 60 militares da Maryland ANG. Quatro A-10 voaram para a Base Aérea de Amari, na Estônia, e depois para Saaremaa, uma ilha no Mar Báltico, na costa oeste do país. Os outros seis Thunderbolt II permaneceram na Base Aérea de Lievarde, na Letônia, e realizaram missões de treinamento na Letônia, Lituânia, Polônia e Estônia.
Os Warthogs também apoiaram um teste com emprego de armamento real do sistema de foguetes de precisão HIMARS (High Mobility Artillery Rocket System), que os Estados Unidos recentemente forneceu à Ucrânia, além de prestar apoio à uma unidade anfíbia do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA, que desembarcou em Saaremaa.
O 104th FS também participou de centenas de missões conjuntas com 11 países da OTAN, sob o comando de controles do JTAC (Joint Terminal Attack Controller) nos Bálticos. De acordo com o Capitão Ben Hughes, porta-voz da 175th Wing, “Em duas semanas, foram realizadas missões de apoio aéreo aproximado que consumiram cerca de 17 mil rodadas de artilharia de 30 mm, 18 foguetes guiados a laser AGR-20, seis mísseis AGM-65 Maverick e 12 bombas inertes BDU-50 de 500 libras”.
Subordinado à 175th Wing, o 104 FS contou com o suporte logístico no transporte de cargas e tropas dos C-17 Globemaster III da Guarda Aérea Nacional da West Virginia. A USAF está promovendo o conceito de “agile combat employment” (emprego de combate ágil), nos seus treinamentos, com o objetivo de tornar as unidades mais flexíveis e menos dependentes de bases físicas em todo o mundo.
A visita dos A-10 da USAF à Europa chega em meio a um dos mais sérios conflitos desde a Segunda Guerra Mundial. Com a invasão da Rússia ao território ucraniano, alguns especialistas em defesa e legisladores pediram, sem sucesso, que os Estados Unidos emprestassem alguns Thunderbolt II para os ucranianos obter mais poder de fogo.
“Esta aeronave e seu sistema de armas foram projetados para combater blindados na Europa. Eles se mostraram eficazes no ambiente rico em alvos da operação Desert Storm, bastante semelhante ao atual avanço da força russa”, argumentou Everett Pyatt, ex-secretário assistente da US Navy para construção naval e logística, em um editorial de março.
O Tenente-Coronel aposentado da USAF, Buzz Patterson, publicou no Twitter: “Um comboio blindado russo de 40 milhas = o sonho de um piloto americano de A-10”.
Os Warthogs passaram as últimas décadas subordinados ao Comando Central dos EUA (USCENTCOM), atuando nas guerras do Afeganistão, Iraque e Síria. Segundo Daniel Norton, analista militar da Rand Corp., uma think tank financiada pelo governo dos EUA, “eles não precisavam de aeronaves de supressão e destruição de defesas aéreas inimigas e de escoltas de caças.” Conforme Norton, “no teatro europeu, imagino que você faria muito mais surtidas do que fizemos na Desert Storm”.
Norton vê o desdobramento do A-10 na Europa como uma chance “valiosa” para explorar as capacidades táticas e técnicas que funcionariam melhor para operações em conjunto com os aliados da OTAN.
Em contraponto, o especialista ressalta que os russos também estão aprendendo com suas ações e erros. O A-10 “é uma aeronave dos anos 1970. Não é furtivo. Não foi projetado para esses tipos de ambientes de defesa aérea. Não foi projetado para operar contra os caças avançados”, afirmou Norton.
A 175th Wing planeja expandir seu papel nesses exercícios com novos parceiros no continente europeu, preenchendo as lacunas de capacidade da OTAN e executando conceitos de emprego de combate ágil.
Fonte: Defense News
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