US Navy pretende ter o F/A-XX em 2030. A US Navy definiu sua seleção final para caça furtivo F/A-XX, que deverá entrar em serviço na década de 2030. Se a iniciativa do caça NGAD da USAF está atualmente pausada, a US Navy está avançando com seu programa stealth F/A-XX.
A US Navy espera que seu caça de sexta geração entre em serviço na década de 2030, trazendo consigo a capacidade de operar ao lado de drones e voar missões a longas distâncias, uma capacidade vista como essencial para um futuro conflito com a China. As ambições da Marinha, se concretizadas, significam que o serviço pode apresentar seu caça tripulado de próxima geração antes que a USAF, que agora está reexaminando os requisitos para seu novo jato de combate furtivo de 6ª geração.
Assim como a USAF a US Navy está trabalhando em seu caça de sexta geração como parte de um programa chamado Next Generation Air Dominance (NGAD). O caça tripulado da Marinha é frequentemente chamado de F/A-XX. A US Navy realiza uma cooperação direta com o programa da USAF e ambas as iniciativas colocam os caças tripulados no centro de um “sistema de sistemas” mais amplo que também incluirá drones avançados do programa Collaborative Combat Aircraft (CCA), que nada mais são de alas leiais (Loyal Wingman).
Mas, cada vez mais, parece que os programas podem estar caminhando em direções opostas, e isto já pode ser visto nos cronogramas atuais. O caça de sexta geração da Marinha terá “sensores avançados, letalidade avançada, alcance avançado e capacidade de integração com capacidades tripuladas e não tripuladas juntas”, conforme a Chefe de Operações Navais (CNO) Almirante Lisa Franchetti, citada em um artigo da Air & Space Forces Magazine.
O que se sabe dos dois projetos é que eles vão compartilhar algumas tecnologias e até mesmo capacidades de controle em comum de drones CCA.
Diante da perspectiva de uma potencial guerra futura no Pacífico com a China e enfrentando defesas aéreas cada vez mais avançadas e de maior alcance, bem como as vastas distâncias envolvidas em tal teatro, o longo alcance sempre foi visto como uma das principais capacidades do caça NGAD da USAF. Porém, esse requisito provavelmente está sendo reavaliado agora, embora a US Navy continue comprometida com ele, de acordo com Franchetti. Permitir que a ala aérea do porta-aviões consiga atingir conjuntos de alvos relevantes e em uma frequência significativa, mantendo o próprio porta-aviões a uma distância segura de capacidades antinavio e outras capacidades anti acesso é um problema gritante para a Marinha dos EUA. Aumentar drasticamente o raio de combate sem reabastecimento de pelo menos alguns de seus caças, que seriam pareados com CCAs com resistência semelhante, ajudaria muito a resolver esse problema.
Se o NGAD da US Navy está desenhado para entrar em serviço no década de 2030, o NGAD da USAF está sendo redesenhado, e não está claro quando poderá entrar em serviço. Ao que se sabe, o NGAD está sob profunda revisão para refletir melhor o que a Força Aérea quer — ou pode pagar. Acima de tudo, essa situação foi motivada pela percepção de que a aeronave altamente avançada pode custar três vezes mais que um novo F-35, isto é, mais de US$ 300 milhões a unidade. A USAF está querendo aeronaves mais baratas, com preço similar ou menor que um F-35 ou F-15EX, em torno de US$ 90 milhões a US$ 100 milhões cada.
O F/A-XX da US Navy também não está livre de problemas financeiros. O orçamento do programa, pode ser cortado ainda mais severamente no próximo ano fiscal. Membros do Senado estão propondo dar ao serviço quase 90 por cento menos financiamento do que ele pediu para dar suporte ao trabalho contínuo no novo caça baseado em porta-aviões. Isto poderá impactar o início das operações em 2030 e existe risco de atrasos.
Independente disto, a Marinha primeiro terá que escolher entre Boeing, Lockheed Martin e Northrop Grumman, que atualmente competem para fornecer o F/A-XX. Hoje, entende-se que apenas a Boeing e a Lockheed Martin estão examinando ambos os NGAD, com a Northrop Grumman se concentrando exclusivamente no programa da Marinha.
Sempre foi considerado provável que o F/A-XX compartilhasse um motor com o NGAD da USAF, usando tecnologia sendo desenvolvida sob o programa Next Generation Adaptive Propulsion (NGAP). Com isso em mente, é possível que a USAF ao reduzir as metas do seu programa NGAP — em linha com reduções nas metas de desempenho — poderia ter um efeito cascata nas capacidades do caça NGAD da US Navy. Não está claro se a Marinha estaria disposta a assumir um impacto no desempenho de seu caça, se isso significasse economizar muito dinheiro.
Além do fator custo que agora impacta as decisões sobre o futuro do programa NGAD da USAF, há sinais crescentes de que o serviço também está reconsiderando se o conceito de caça tripulado, como entendido até agora, é realmente o melhor para enfrentar ameaças emergentes. A US Navy ainda espera que seu F/A-XX e os CCAs substituam os F/A-18E/F Super Hornet e EA-18G Growler em uma reformulação eventualmente irá ter até dois terços de aeronaves não tripuladas.
Fazer um esforço para distanciar o F/A-XX das atuais incertezas em torno do NGAD da Força Aérea talvez seja compreensível, considerando a pausa no último programa. A Força Aérea reiterou que está comprometida em ter um caça furtivo tripulado oriundo do NGAD. Mesmo que o esforço do NGAD da Força Aérea acabe adotando uma abordagem radicalmente diferente para atender aos futuros requisitos de combate aéreo do serviço, isso também não significa que a Marinha não será capaz de se beneficiar de tecnologias e conceitos derivados desse programa ou executados colaborativamente.
@CAS