US Navy: CNO é contra a compra de mais Super Hornets. No dia 2 e 3 de agosto, durante o Sea Air Space da Liga da US Navy, o Alto-Comando da Marinha argumentaram fortemente contra a compra de mais aeronaves Boeing F/A-18E/F Super Hornets, alegando que aeronaves adicionais seriam além de desnecessárias e provavelmente ineficazes contra as ameaças futuras que se desenham para as décadas de 2040 e 2050.
O Chefe de Operações Navais (CNO – Chief of Naval Operations), Almirante Mike Gilday, disse que as análises e dados dos documentos como o China Task Force, a Revisão da Postura Global e o Conceito de Combate de Guerra, que estão andamento, ajudarão a Marinha a determinar o que comprar e investir para o futuro. No entanto, ele criticou a indústria por fazer lobby com o Congresso.
“Embora seja do interesse da indústria – e eu acabei de ver os seus relatórios positivos do segundo trimestre de 2021, construir os navios que vocês desejam construir, atrasando os reparos em navios e submarinos e pressionar o Congresso a comprar aeronaves de que não precisamos e que excedem a nossa necessidade – não nos ajuda, ainda mais em um ambiente de orçamento limitado”, disse Gilday.
No mês passado – 12 de julho, o House Appropriations Committee ou Comitê de Dotações da Câmara aprovou sua versão do projeto de lei de gastos em defesa para o FY22. O comitê acrescentou US$ 889 milhões e 12 aeronaves F/A-18 E/F Super Hornet a mais do que a Marinha havia solicitado.
Em maio, o subsecretário adjunto da Marinha para Orçamento Contra-Almirante John Gumbleton disse que a Marinha aprecia o apoio do Congresso a seu programa de aquisição de aeronaves no FY21, que adicionou 23 aeronaves acima do pedido. Mas a Marinha tem um financiamento menor para o FY22 devido à conclusão das compras planejadas do Super Hornet, P-8A Poseidon e do helicóptero presidencial VH-92. O que significa que não é possível endividar a Marinha, apenas para satisfazer o mercado.
Gilday disse que a indústria pode ajudar a Marinha sendo mais ágil e agindo como pivô para novas tecnologias e plataformas. “Não estamos mais nos anos 90. Estamos realmente tentando pontuar aqui o senso de urgência que sentimos todos os dias contra a China. O problema é tentar ‘mover a agulha’ em uma burocracia que realmente não foi projetada para se mover muito rápido. O governo deve fornecer à indústria um conjunto de faróis apontando o que nós precisamos e não o contrário”, disse Gilday.
Já o Contra-almirante Andrew Loiselle, diretor da Divisão de Guerra Aérea (N98) esclareceu que os comentários de Gilday sobre à questão do Super Hornet. Ele disse ao invés de novas aeronaves, estes fundos poderiam ser direcionados para as atualizações adicionais do Service Life Modernization (SLM) dos Super Hornets atuais.
O SLM, coordenado pela Boeing, pega os F/A-18E/F Bloco II que estão próximo ao fim de sua vida útil (6.000 horas) e os atualiza para a nova configuração do Bloco III. A aeronave Block III possui tanques de combustível conformais, o que amplia a autonomia em mais 120 milhas náuticas, vida útil de 10.000 horas, assinatura de radar reduzida, recursos de rede aprimorados e atualizações de diversos outros sistemas.
“Ter mais Super Hornets neste momento, significa uma operação de mais 30 anos com ciclos de 10.000 horas, o que nos leva a 2051 ou mais e não temos muitas análises que certifiquem a viabilidade de caças de 4ª quarta geração operando contra qualquer ameaça de alto nível nesse período de 2040 a 2050″, disse Loiselle.
Na prática a Marinha pode comprar três atualizações de SLM para aeronaves existentes pelo custo de um único Super Hornet novo, onde a aeronave com o SLM fornece a capacidade necessária e a vida útil que a Marinha precisa. Em suma, a US Navy está mais interessada em ter toda a sua atual frota Super Hornets atualizada com o SLM, do comprar mais F/A-18E/F novos apenas para satisfazer congressistas ligados a indústria.
@CAS