US Army contrata SNC para conversão de jatos executivos em plataformas HADES. A empresa americana Sierra Nevada Corporation (SNC) foi contratada pelo Exército dos Estados Unidos (US Army) para converter um jato executivo Bombardier Global 6500 em uma plataforma HADES (High Accuracy Detection and Exploitation System). O anúncio foi divulgado ontem (22/08), sendo que a SNC venceu a concorrência disputada com o grupo formado pelas empresas L3Harris, Leidos e MAG Aerospace.
A SNC será responsável por modificar e integrar os sistemas embarcados do projeto HADES, ou Sistema de Detecção e Exploração de Alta Precisão, no Bombardier Global 6500. O jato executivo de longo alcance substituirá a atual frota de turboélices Beechcraft RC-12 Guardrail do US Army em missões de inteligência, vigilância e reconhecimento (ISR).
“O HADES é a peça central da estratégia de transformação ISR há muito prometida pelo Exército”, disse o Tenente-General Anthony Hale, Chefe Adjunto do Estado-Maior para inteligência, ou G-2, em comunicado. “O HADES permite que o Exército voe mais alto, mais rápido e mais longe, o que impacta diretamente nossa capacidade enxergar mais profundamente, fornecendo uma capacidade de sensoriamento profundo orgânica, em linha com o imperativo operacional do Secretário do Exército.”
Com valor inicial de US$ 93,5 milhões, o contrato vencido pela SNC tem entrega e quantidade indefinidos (Indefinite-Delivery, Indefinite-Quantity), mas estipula que poderá alcançar até US$ 991,3 milhões ao longo de 12 anos.
No início deste ano, a Bombardier recebeu a encomenda do US Army para fornecer um Global 6500 para servir como protótipo, com opção para mais dois jatos em um período de três anos. Essas aeronaves serão utilizadas na fase de prototipagem rápida do programa HADES.
Em entrevista ao Breaking Defense, Andrew Evans, diretor da Força-Tarefa ISR do Exército, disse que após a assinatura do contrato de integração, o primeiro avião deverá estar operacional em cerca de 12 a 18 meses. Evans disse que os pacotes iniciais para a configuração básica da aeronave incluem indicação de alvo móvel, inteligência de sinais de ponta e outros recursos. O Exército também está interessado em adicionar pontos de fixação às asas da aeronave para montar recursos adicionais.
Enquanto a USAF busca transferir tarefas ISR para o espaço ou mesmo drones, Evans enfatizou que plataformas não tripuladas têm suas próprias armadilhas, como serem suscetíveis a interferências, enquanto plataformas espaciais podem ser caras.
“Então temos que equilibrar todas essas coisas — compensações de resistência, compensações de carga útil — com dependências de link. E então determinamos dentro do Exército que precisamos de uma mistura de ativos. Não podemos ser todos tripulados. Não podemos ser todos não tripulados. Precisamos do meio termo de ambos os sistemas”, disse ele.
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