US$ 2 mil para fugir do Talibã? Segundo o velho modelo de “eu crio o problema e depois te vendo a solução” o Departamento de Estado dos Estado Unidos cogitou a ideia de cobrar US$ 2.000,00 (algo como R$ 10.900,00) por uma passagem para sair do Afeganistão, isto é, por cada passageiro embarcado em Cabul em aeronaves americanas. A repercussão da proposta foi nada positiva dentro dos EUA a ponto do porta-voz do Departamento de Estado – Ned Price, dizer que estava retirando sepultando a ideia.
Em meio a uma discussão se foi ou não correta a retiradas das tropas americanas do Afeganistão, e, quando está decisão da administração Biden pesou na crise afegã, que derrubou o governo e trouxe o Talibã novamente ao poder, um novo assunto ganhou corpo desde sábado, véspera do caos se instalar em Cabul.
Na manhã do doa 19 de agosto, os jornais americanos repercutiram uma declaração do State Department’s Overseas Security Advisory Board ou Conselho Consultivo de Segurança Ultramarina do Departamento de Estado, que dizia o seguinte:
“Os residentes permanentes dos Estados Unidos podem solicitar um empréstimo de repatriação. Os voos de evacuação não são gratuitos e os passageiros terão de assinar um contrato de empréstimo e existe a possibilidade de que os seus passaportes não sejam revalidados até que o empréstimo seja reembolsado. O preço pode ser US$ 2.000 ou mais por pessoa”.
Na verdade, um alerta de segurança publicado no site do Overseas Security Advisory Council, parte do Bureau de Segurança Diplomática do Departamento de Estado, foi emitido no fim de semana sobre “assistência à repatriação” para cidadãos americanos no Afeganistão. O boletim publicado no sábado – um dia antes de o Taleban invadir Cabul e o Aeroporto Internacional Hamid Karzai se tornar um cenário caótico, com multidões tentando desesperadamente escapar de Cabul.
O Departamento de Estado inicialmente defendeu a ideia, dizendo que “a lei dos EUA exige que a assistência financeira para a evacuação dos EUA ou de cidadãos de terceiros países seja fornecida com base em sua capacidade de recuperar o máximo possível investido.”
No entanto, Price retirou o pedido após uma campanha nas redes sociais. “Nessas circunstâncias extraordinárias, não temos intenção de buscar indenização daqueles que fogem do Afeganistão”, disse Price em um comunicado ao New York Post.
Na contramão, alguns voos civis continuam disponíveis para aqueles que desejam fugir do Afeganistão. Por exemplo, a Air India está comprometida em continuar as operações enquanto o aeroporto de Cabul estiver aberto. As passagens diretas só de ida para Nova Delhi esta semana custavam US$ 147,00 (R$ 801,15). Diversas outro países como França, Itália, Reino Unido, Espanha, Rússia estão repatriando seus cidadãos e afegãos, e não há notícias de que cogitaram “vender passagens”.
@CAS