Um novo motor ou menos F-35? A decisão de substituir o motor do F-35 por um modelo compatível de última geração pode forçar os militares americano a comprar 70 caças a menos. O secretário da USAF, Frank Kendall, alertou sobre as decisões difíceis que uma mudança na propulsão dos F-35 pode acarretar durante Conferência de Notícias de Defesa em Arlington, Virgínia, no dia 7 de setembro.
O novo sistema de propulsão que está sendo desenvolvido sob o Programa de Transição de Motores Adaptativos, provavelmente para o F-35A da USAF, pode levar a um aumento de potência e eficiência de combustível para o caça. A USAF disse que adicionar mais potência ao F-35A ajudaria a aeronave a lidar com atualizações previstas para os próximos anos. Porém, e sempre tem um porém, o preço do desenvolvimento e a produção do Adaptive Engine Transition Program (AETP) pode ultrapassar US$ 6 bilhões, de acordo com Kendall. E isso pode levar a uma troca dura. Potência por menos aeronaves, pois não há orçamento para os dois.
Os motores que estão sendo desenvolvidos para competir no AETP, são projetados inicialmente para o Next Generation Air Dominance (NGAD) da USAF — o sucessor do Lockheed Martin F-22A Raptor, mas deverão, também, ser ajustados para caber no compartimento do motor do F-35.
“Se você tem várias centenas de F-35 em seu inventário, quantos F-35 mais você está disposto a abrir mão para obter o novo motor?” Kendall disse em um painel da conferência na quarta-feira que: “é um motor caro. Muito dinheiro é necessário para o seu desenvolvimento. Diria vários bilhões de dólares a grosso modo. Então? Estamos dispostos a ter menos 70 F-35 para colocar esse motor nos F-35 que você tem?”
O motor substituto do Pratt & Whitney W F135-PW-100, cujas versões estão sendo desenvolvidas pela Pratt & Whitney e pela General Electric Aviation, usa novas tecnologias, como um terceiro fluxo de ar, para melhorar a eficiência de combustível, empuxo, velocidade, alcance e gerenciamento de calor. Os GE XA100 e o PW XA101, serão ajustados para caber no compartimento do motor do F-35A.
Kendall disse que espera que o Departamento de Defesa pode decidir sobre colocar um motor novo no F-35A como parte do orçamento fiscal de 2024, mas completou que ainda não está tudo certo. Kendall explicou que ele e o vice-secretário de Defesa para Aquisição e Sustentação William LaPlante e a vice-secretária de Defesa Kathleen Hicks discutiram se devem usar um motor adaptado, mas ainda não “batemos o martelo”.
O Departamento de Defesa tem que decidir de uma forma ou de outra, disse Kendall. “Não quero continuar gastando dinheiro em um motor que não vamos desenvolver e colocar em produção”, disse ele. “Temos que decidir, decidir o que fazer e nos dedicar a isso”.
O AETP não é a única opção onde a indústria de defesa está trabalhando para melhorar o motor do F-35, disse Kendall. Ele não disse a qual programa estava se referindo, mas a Pratt & Whitney — fabricante do atual motor F135 do F-35 — está trabalhando em um programa para modernizar o F135 chamado Enhanced Engine Program.
Ele disse que é importante manter um mercado viável e competitivo para motores militares e encontrar maneiras de manter várias empresas nesse mercado para que possam impulsionar a tecnologia. Esta é uma das questões que está a ser estudada enquanto os militares decidem qual o caminho a seguir com a AETP, disse.
Os recentes contratos de propulsão adaptativa de última geração da Força Aérea concedidos a cinco empresas para desenvolver protótipos de motores adaptáveis para seus caças de última geração também demonstram a força da base industrial desse mercado, disse Kendall. Além da Pratt & Whitney e da GE, a Força Aérea concedeu contratos à Boeing, Lockheed Martin e Northrop Grumman.
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