UK determina cortes em sua Revisão de Defesa 2024. Em 2021, o governo da queria uma “Grã-Bretanha Global”, oque necessitaria de um esforço conjunto diplomático e de incremento de defesa para ser alcançável. Algo que ainda não parece ser possível, segundo analistas britânicos.
A guerra na Ucrânia se intensificou, e o conflito no Oriente Médio também após o ataque terrorista do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, que em 2024 passou a incluir o Hezbollah, o que fez com o Israel atacasse o sul do Líbano para conter os ataques terroristas. A China continua a aumentar sua força militar enquanto mantém Taiwan firmemente em sua mira.
Paralelo a isto, o Reino Unido teve uma eleição geral, que trouxe mudanças de poder e o Os EUA estão se preparando para uma eleição polarizada, que trará novos elementos ao tabuleiro de xadrez global. Em meio a tudo isto, o plano de qualificar a defesa do UK, está novamente sob risco.
A Royal Navy e a Royal Fleet Auxiliary (RFA) — este dedicado ao suporte logístico estão com dificuldades. Nenhum dos submarinos da classe Astute do Reino Unido estava destacado. Quatro dos seis contratorpedeiros e quatro das nove fragatas restantes estão temporariamente fora de ação, assim como os dois navios de assalto anfíbio da classe Albion.
A RFA está vendo cada vez mais navios parados devido à falta de fundos, e os poucos navios que podem navegar agora estão sem tripulação, pois a RFA exige melhores salários do novo governo. O British Army não está muito melhor, com um efetivo regular de 73 mil servidores, o menor desde 1800.
O tanque de batalha principal Challenger 2 será atualizado de fato para a variante Challenger 3. Porém, só 148 dos 440 Challenger 2 irão ser modernizados. Não previsão de novos equipamentos. A exceção é Corpo Aéreo do Exército, onde o AH-64E “Apache Guardian III” estão substituindo os WAH-64D. Os veículos blindados de combate General Dynamics Ajax e ARTEC GmbH Boxer só começarão a aparecer lentamente nos próximos anos, com os mais de 1.100 veículos completos dos tipos previstos para estar em serviço até 2032 (segundo os planos atuais).
Já a RAF, sem dúvida, vê a Strategic Defence Review 2024 (SDR 2024) com preocupação. O MoD UK continua comprometido com os 48 F-35B iniciais, com um segundo lote de jatos discutido desde 2022 para entrega até 2033. Os C-130K foram retirados por completo em 2023 e não há um compromisso firme de comprar mais transportes A400M Atlas. Os E-7A Wedgetails (todos os 3) continuam a 2 anos de distância, e a frota Typhoon está diminuindo lentamente, pois fuselagens mais antigas são usadas como peças para manter os jatos mais novos voando. O futuro do Projeto Tempest (agora conhecido como GCAP) também parece incerto, embora ainda se espere que um protótipo voe em 2027, o que significa que o novo pedido do F-35B, pode não ocorrer ou ocorrerá apenas como uma medida paliativa.
Em todo caso, a chanceler Rachel Reeves deixou claro que o governo fará cortes para tentar consertar o “buraco negro de £ 20 bilhões” que sua equipe encontrou quando assumiu o departamento. Alguém esperaria que em tempos de guerra na Europa, o MoD fosse um dos poucos departamentos a sobreviver a tais cortes.
O que será atingido pelos cortes? Hoje, os programas de fragatas Type 26 e Type 31 da Royal Navy estão em construção e, considerando que o Tipo 26 já foi reduzido de 13 para 8 navios, é pouco provável que sofram outro corte.
Já o programa subsequente, a Type 32, deve ser afetado com no mínimo atrasos em seu desenvolvimento, por ser improvável ser considerado prioridade pelo novo governo. Da mesma forma, a substituição proposta das Type 45 pelos destroyers Type 83 não deve passar de uma ideia e devem ser cortados.
O Exército já é assustadoramente pequeno em número de pessoal. Portanto, é improvável (mas não impossível) que ele seja reduzido ainda mais em tamanho. Poderá ter que perder equipamentos ou ver unidades reorganizadas e implantações reduzidas ainda mais, algo que não será um bom presságio para a OTAN.
A RAF não está imune. Ideias como a possibilidade de acabar com a equipe de exibição acrobática Red Arrows e vender ainda mais bases, estão em pauta. É improvável serem feitos mais pedidos de Eurofighter Typhoon — quando Espanha, Alemanha e Itália seguem em um rumo oposto. A frota F-35B continua em questão e sem definição, com a ideia de comprar o F-35A como uma solução mais barata.
O Tempest/GCAP pode enfrentar mais atrasos, com a entrada em serviço prevista atualmente para 2035. No entanto, isso depende tanto da política interna do Reino Unido quanto dos dois colaboradores significativos, Japão e Itália. O programa New Medium Helicopter (NMH) também pode enfrentar cortes, caindo de 44 fuselagens para apenas 20–25.
Infelizmente, a falta de preocupação da maioria dos políticos em relação à defesa parece limitada à Europa Ocidental. Outras nações estão rapidamente tentando expandir seus gastos militares em vista das crescentes ameaças em todo o mundo. Polônia, Coreia do Sul, Japão e outros estão aumentando os gastos com defesa. No final das contas, não se sabe o que o SDR 2024 de fato cortará, dadas as visões do governo atual sobre a economia, é improvável que as notícias sejam boas para o MoD UK.
@CAS