Ucrânia: vítimas civis aumentam após onda de ataques russos. Nas últimas semanas assistimos a um aumento acentuado no número de vítimas civis na Ucrânia, após uma intensificação dos ataques russos. A afirmação é da Missão de Monitorização dos Direitos Humanos da ONU (UN Human Rights Monitoring Mission in Ukraine — HRMMU), num novo relatório divulgado na terça-feira, dia 16/01.
Centenas de pessoas em todo o país foram mortas ou feridas em ataques de drones e mísseis apenas no período de 10 dias entre 29 de dezembro e 8 de janeiro deste ano.
“As vítimas civis diminuíram constantemente em 2023, mas a onda de ataques no final de dezembro e início de janeiro interrompeu violentamente essa tendência”, disse Danielle Bell, chefe da missão de monitorização.
O HRMMU verificou que pelo menos 592 civis foram mortos ou feridos no mês passado, um aumento de 26,5% em relação a novembro, representando “uma inversão alarmante de uma tendência descendente” observada no início de 2023.
No entanto, o aumento real é provavelmente maior, uma vez que alguns relatórios de vítimas ainda não foram verificados. O elevado número de vítimas civis em dezembro continuou nos primeiros dias de janeiro, e o HRMMU está verificando relatos de 86 mortos e 416 feridos.
A recente onda de ataques começou em 29 de dezembro com mísseis e drones que atingiram cidades e vilas em toda a Ucrânia. Os ataques mais extensos e o maior número de vítimas civis ocorreram nesse dia e em 2 de janeiro, mas o número de vítimas mortais continuou. O HRMMU citou exemplos como o ataque com mísseis de 6 de janeiro à pequena cidade de Pokrovsk e à aldeia vizinha de Rivne, localizada perto da linha da frente, no leste.
Duas famílias — seis adultos e cinco crianças — foram soterradas pelos escombros depois que suas casas foram atingidas. Alguns dos corpos continuam desaparecidos, apesar de dias de esforços de resgate e recuperação.
Num ataque separado, dois dias depois, em Novomoskovsk, também no leste, a onda de choque de um ataque com mísseis russos feriu 31 civis, incluindo oito passageiros de um micro-ônibus destruído durante o trajeto matinal.
Apelo humanitário. No próximo mês marcam-se dois anos desde que a Rússia lançou a invasão em grande escala da Ucrânia, que deixou 40 por cento da população, 14,6 milhões de pessoas, com necessidade de assistência humanitária.
Mais de quatro milhões de pessoas estão deslocadas internamente e 6,3 milhões procuraram refúgio noutros locais, principalmente em países vizinhos. Na segunda-feira, a ONU lançou um apelo de US$ 4,2 milhões para apoiar operações humanitárias este ano.
@CAS