Ucrânia sonhando com F-35A. A guerra na Ucrânia, que se arrasta por 19 meses, faz o governo ucraniano buscar ajuda em todas as frentes e a sonhar com armas e equipamentos, que sem a guerra e suas consequências, estariam longe dos sonhos dos militares do país. A última investida ucraniana é o interesse no Lockheed Martin F-35A.
Yuriy Ignat, conselheiro do Comandante da Força Aérea Ucraniana, declarou o interesse de Kiev em adquirir, além dos Saab Gripen suecos, os F-35 americanos. A informação foi publicada pela agência de notícias russa RIA Novosti.
Ignat articulou a necessidade de as tropas ucranianas atualizarem o seu arsenal com tecnologia de ponta, como o F-35 e o Gripen, além dos F-16. Um oficial da Força Aérea Ucraniana disse que o Gripen é uma aquisição de alta prioridade após o F-16.
Em 13 de setembro, Ignat expressou o desejo da Ucrânia por caças fabricados no Ocidente, equivalentes ao Su-35 russo. Um dia antes, a Suécia informou que planeja fornecer caças Gripen C/D a Ucrânia. Seria a segunda oferta firme de caças ocidentais, após os F-16AM/BM dinamarqueses e holandeses.
No caso da Suécia, ela informou que se compromete a treinar pilotos ucranianos no Gripen em solo sueco. Mas quanto ao F-35, alguma realidade ou só um tiro no escuro? Além dos custos e qualificação operacional, a compra do F-35 requer alguns requisitos, como demonstrar compromisso com a democracia, os direitos humanos e a lei. Os EUA avaliarão o progresso nestas áreas.
Se olharmos as dificuldades que foi a aprovação da transferência dos F-16 por parte dos EUA, a permissão para a Ucrânia obter o F-35, não deve ser simples. Isso envolveria um exame minucioso por parte do governo americano, o que deve envolver muitas questões de geopolítica e segurança nacional, o impacto na estabilidade regional e a capacidade da Ucrânia para gerir e manter o equipamento eficazmente.
Fatores como política, dinâmica regional e situação de segurança na região podem afetar a decisão. Em uma análise inicial, não estaria descartada a venda via FMS de um lote de F-35, algo que a Lockheed Martin com certeza apoiaria. Mas isto só deve acontecer após o desfecho do conflito e uma estabilização da região. Em resumo, o F-35 poderá voar na Ucrânia, mas em uma Força Aérea pós-guerra.
Até porque, com a fila de espera, a menos que os EUA retirem de sua frota, a Força Aérea da Ucrânia terá que esperar para além de 2030 a sua vez na fila de produção. Portanto, é provável que se ocorrer, será visando a reconstrução das Forças Armadas da Ucrânia.
@CAS