Ucrânia: Rússia pode usar biplanos An-2 como “iscas” para expôr as defesas aéreas ucranianas

Ucrânia: Rússia pode usar biplanos An-2 como “iscas” para expôr as defesas aéreas ucranianas. As Forças Armadas da Rússia podem estar preparando antigos monomotores biplanos Antonov An-2 (código OTAN “Colt”), para operações não tripuladas, em um esforço para desgastar e expôr as defesas aéreas ucranianas, em preparação para uma investida contra a capital Kiev.

Fotos de satélite feitas entre os dias 28/02 e 01/03, mostram um número significativo desses biplanos estacionados na Base Aérea de Seshcha, em Dubrovka, perto da fronteira com a Ucrânia. A análise de inteligência fornecida pela Maxar, uma empresa privada de imagens de satélite e “think tank” de inteligência, em seu relatório de situação disse:

“A Rússia enviou 42 biplanos An-2 “Colt” para a Base Aérea de Seshcha, no oeste do país. Dylan Malyasov, analista de defesa, observou em um artigo de fevereiro de 2022 que a Rússia estava testando recentemente formações de voo An-2 perto da fronteira ucraniana. Os An-2 provavelmente foram convertidos em drones, e podem ser usados ​​como “iscas” para simular formações de helicópteros ou UAVs para atrair as defesas aéreas da Ucrânia. Malyasov observa que o Azerbaijão empregou essa estratégia contra a Armênia com grande sucesso no conflito de 2020 sobre Nagorno-Karabakh. Aeronaves de guerra eletrônica também foram implantadas em Seshcha, juntando-se às aeronaves de combate implantadas em meados de fevereiro.”

O relatório continua dizendo que “aviões de combate adicionais foram implantados na Base Aérea de Shatalovo, no oeste da Rússia [ao norte de Seshchaed], que está mostrando um aumento de três vezes em números desde o início de fevereiro”.

O senador norte-americano Marco Rubio também fez alusão à possível conversão do An-2 para drones, citando os mesmos números incluídos no relatório da Maxar.

O velho mas ainda capaz biplano Antonov An-2 é bem adequado para esta missão por causa de sua grande assinatura de radar e características de voo de baixa velocidade combinadas com baixo custo (leia-se: “dispensável”). Tão antigo em tecnologia quanto em aparência, o An-2 é uma alternativa econômica às modernas aeronaves pilotadas remotamente, como o novo veículo aéreo não tripulado russo Inokhodets-RU, ou a aeronave pilotada remotamente KRONSTADT ORION-E.

Não está claro como os drones de An-2 seriam utilizados pelos russos (desde que a conversão seja confirmada): por exemplo, no teatro de Nagorno-Karabakh , os biplanos do Azerbaijão não eram realmente drones (ou seja, pilotados remotamente), mas puramente não tripulado. De acordo com os relatos, o piloto decolou normalmente, apontou a aeronave para posições armênias e depois trancou os controles da aeronave usando cintos, antes de saltar de paraquedas, deixando o avião não tripulado voar diretamente para as unidades armênias, forçando as tropas inimigas a abrir fogo, revelando suas posições.

De qualquer forma, parece que, à medida que a próxima rodada desta terrível guerra continua, um grande número de biplanos não tripulados com mais de três quartos de século pode ser usado na fase de uma ofensiva contra a capital da Ucrânia.

@FFO