UCRÂNIA: pequenos drones civis causam baixas nas tropas russas. Recentemente viralizou nas redes sociais, um vídeo feito por um drone ucraniano que lançou uma pequena bomba que entrou exatamente no teto solar de um carro dirigido por soldados russos. O vídeo pode ser reproduzido abaixo, porém recomendamos cautela devido as cenas fortes.
O ataque foi realizado por um drone de baixo custo amador, armados com pequenas granadas modificadas para atuar como bombas. Esses equipamentos tem se mostrado um armamento barato e eficiente contra pequenos alvos. Essas armas foram usadas por facções na Síria e no Iraque, e agora elas vem se destacando na Ucrânia.
Uma análise feita por especialistas, detalha que no ataque em questão, foi realizado com uma granada de fragmentação VOG-17, desenvolvida na era soviética, e modificada com inserção de aletas produzidas em uma impressora 3D. Com cerca de 12 centímetros de comprimento e pesando cerca de 350 gramas, elas podem facilmente ser transportadas por drones comerciais de uso civil, como por exemplo o conhecido DJI Phantom 3.
A granada VOG-17 contém apenas 36 g de explosivo, afetando um raio estimado de sete metros, cobrindo uma área de cerca de 150 m². As modificações na granada são simples, mas, como mostra o vídeo, permitem um bom desempenho aerodinâmico e alta precisão. No ataque em questão, foram lançadas duas granadas, possivelmente transportadas por um drone maior, ou foram realizados dois ataques.
Outra munição modificada para utilização por pequenos drones é a granada soviética antitanque RKG-3, desenvolvida nos anos 1950. A fábrica ucraniana PJSC Mayak demonstrou uma conversão para bomba de drone para a granada RKG-3, anexando barbatanas impressas em 3D. Renomeadas RKG-1600, a bomba antitanque pesa cerca de 1 kg, exigindo o uso de um drone maior. Em testes, os operadores de drones atingiram alvos de um metro, voando a uma altitude de 300 m (900 pés), o que deixa o drone completamente invisível e inaudível para quem está em solo.
O lançamento aéreo de projéteis de morteiros parece ser outra tática em uso. Trata-se de uma opção simples e barata, particularmente para uso contra veículos com blindagem menos resistente, como no caso dos russos BMP-3 que tem cerca de 10 mm. O efeito disso pode ser visto nos vídeos abaixo.
O custo-benefício desta combinação é muito atrativo. Um drone octocopter custa cerca de US$ 10 mil, um Phantom 3 custa cerca de US$ 1 mil, enquanto um morteiro ou RKG-1600 provavelmente custe menos de US$ 100. Por sua vez, um veículo blindado russo BMP-3 custe cerca de US$ 700 mil, sem contar a perda humana de uma tripulação especializada.
Definitivamente, pequenos drones se mostram capazes de efetivamente abater soldados e equipamentos com grande precisão, e baixa exposição, em qualquer hora do dia ou da noite e na maioria das condições meteorológicas.
Mesmo se o alvo estiver camuflado, ou atrás das linhas de combate, um drone armado com uma pequena bomba pode se mostrar muito efetivo. Os operadores de drones são os novos atiradores de elite do século 21.
Fonte: ChrisO
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