Ucrânia: OTAN ativa elementos de defesa contra armas químicas e biológicas. A OTAN ativou um elemento de defesa especializado de proteção contra um potencial ataque químico, biológico ou nuclear realizado pela Rússia, que poderá causar baixas em massa na Ucrânia . A medida foi divulgada após uma reunião dos ministros da defesa da Aliança realizado em Bruxelas no dia 24 de março, que também prometeram novos tipos de assistência à Ucrânia.
“Estamos tomando medidas tanto para apoiar a Ucrânia quanto para nos defender”, disse o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg , na conclusão da cúpula de líderes e antes do início de uma reunião do G-7.
Autoridades do governo dos EUA alertaram que a Rússia está ameaçando o uso de armas não convencionais no campo de batalha da Ucrânia, que Stoltenberg disse que poderia afetar cidadãos dentro das fronteiras da OTAN.
“Qualquer uso de armas químicas mudará totalmente a natureza do conflito. Existe o risco de um efeito direto sobre pessoas que vivem nos países da OTAN, porque podemos ver contaminação por disseminação de agentes químicos ou armas biológicas em nossos países”, ressaltou Stoltenberg.
O secretário-geral disse que o principal comandante da OTAN, o General da USAF, Tod D. Wolters, ativou o elemento de defesa química, biológica, radiológica e nuclear da OTAN (QBRN). “Os aliados estão implantando defesas químicas, biológicas e nucleares adicionais para reforçar nossos grupos de batalha existentes e futuros”, disse Stoltenberg.
Um oficial da OTAN disse que a ativação das unidades QBRN da Força de Resposta da Aliança envolve um componente adicional de cerca de 400 soldados, que estão sendo colocados em alerta máximo.
Os EUA estão alertando que a Rússia aumenta as ameaças de utilizar armas químicas, como compensação da sua intransigência no campo de batalha. Em 23 de março, o presidente Joe Biden chamou a atenção do perigo de que a Rússia pudesse empregar armas químicas, salientando como “uma ameaça real”.
Em um briefing aos repórteres antes da reunião da OTAN, um alto funcionário do governo dos EUA explicou que a OTAN tem uma Força-Tarefa de Defesa Conjunta Combinada QBRN, que inclui forças especialmente treinadas e equipadas capazes de lidar com as ameaças representadas por agentes químicos, biológicos, radioativos e nucleares, em caso de ataques contra populações, territórios ou forças da OTAN.
Em seu briefing de 24 de março, Stoltenberg disse que os aliados concordaram em fornecer novas capacidades e treinamento QBRN à Ucrânia, que podem incluir equipamentos de detecção, proteção e suporte médico e treinamento em descontaminação e gerenciamento de crises.
Outras medidas foram tomadas para fortalecer o flanco oriental da OTAN.
Stoltenberg disse que a Aliança votou por estabelecer quatro novos grupos de batalha na Eslováquia, Romênia, Bulgária e Hungria. Eles se juntarão a quatro grupos de batalha existentes nos Estados Bálticos e na Polônia, aprimorando a postura de defesa da OTAN. Não foi informado quem irá liderar o novo grupo de batalha da OTAN no flanco leste europeu. Os Estados Unidos, a Alemanha, o Canadá e o Reino Unido já atuam liderando os grupos de batalha na Polônia, Lituânia, Letônia e Estônia, respectivamente, disse o Departamento de Defesa em comunicado de 24 de março.
Falando sobre a criação dos novos grupos de batalha, o Presidente Biden disse que é um forte sinal de defesa e proteção coletiva de cada centímetro do território da OTAN. O Presidente disse ainda que na próxima reunião da OTAN em Madri, no mês de junho, serão desenvolvidos planos de reforço para as forças de defesa a Aliança.
Respondendo a um discurso virtual do Presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy à Aliança, Biden também prometeu “quantidades significativas e crescentes de assistência de segurança para combater a agressão russa”.
Em seu discurso à aliança, Zelenskyy disse que a resistência à imposição de uma zona de exclusão aérea levou 10 milhões de pessoas a se tornarem migrantes, incluindo 3,5 milhões em países da OTAN, bem como a destruição de cidades e a morte de civis por bombardeios aéreos. O presidente ucraniano pediu que a OTAN respondesse como uma assistência militar sem restrições.
“A Ucrânia pediu seus aviões para não perdermos tantas pessoas. E vocês tem milhares de caças. Mas ainda não recebemos nenhum”, disse ele, pedindo que a OTAN doasse 1% de suas aeronaves e tanques para a Ucrânia. Zelenskyy também disse que a Rússia havia usado bombas de fósforo naquele dia, um possível início de guerra química. Ele alertou que Putin pretende ir além da Rússia, nos Estados Bálticos e na Polônia.
Zelenskyy, disse aos membros da Aliança que eles ainda não mostraram ações reais. “A OTAN ainda precisa mostrar o que a Aliança pode fazer para salvar as pessoas. Para mostrar que este é realmente a força de defesa mais poderosa do mundo”, disse ele.
Fonte: AFM
Siga-nos no Twitter @RFA_digital
@FFO