Ucrânia interessada em F-15 e F-16 de segunda mão. Parlamentares e líderes militares ucranianos estão empenhados que os Estados Unidos continuem cientes e preocupados com uma potencial escalada militar da Rússia na Europa. Para enviar isto insistem ser preciso enviar para Kiev caças e mais armas pesadas para vencer a batalha no Donbass.
Um grupo de parlamentares ucranianos foi a Washington semana passada, liderado por Oleksandra Ustinova, uma congressista ucraniana, para pressionar os membros do Congresso e do governo Biden a fornecer à Ucrânia caças F-15 e F-16 de segunda mão, além de sistemas de mísseis e de defesas aéreas avançados. A visita ocorreu quando os legisladores americanos estão para aprovar um pacote de ajuda de US$ 40 bilhões para o país devastado pela guerra. Porém, o senador republicano Rand Paul se opôs na quinta-feira dia 12/05 à votação da ajuda, que já havia sido aprovada na Câmara dos Deputados., adiando o envio pacote até uma nova votação prevista para esta semana.
Apesar de alguns sucessos no terreno, Kiev pinta um quadro mais sombrio do conflito em Donbass, que viu a Rússia e a Ucrânia ir e vir na luta por pequenas cidades e aldeias. O terreno plano da região está aumentando a urgência de armas da OTAN e de drones armados, tanques Abrams, para expulsar a Rússia do país, já que a Ucrânia está perdendo um grande número de tropas em combates diretos. “Infelizmente, continuamos a perder muito mais homens agora do que no início da guerra. Agora é muito pior no campo de batalha”, disse Ustinova.
O Pentágono garantiu ontem que a Rússia tem 105 grupos de combate dentro da Ucrânia, com forças terrestres totalmente concentradas em Donbass e no sul. Entre as principais demandas ucranianas para o novo pacote de ajuda de US$ 40 bilhões, dos quais o Pentágono inicialmente destinou metade para ajuda militar à Ucrânia e às nações do flanco leste da OTAN, estão os sistemas de artilharia autopropulsada Paladin e armas de precisão que poderiam ajudar a Ucrânia a libertar cidades ocupadas por tropas russas sem causar baixas civis.
A delegação ucraniana insistiu que o país precisa atualizar seus equipamentos para o nível da OTAN o mais rápido possível para derrotar a Rússia, com uma vantagem numérica no campo de batalha em Donbass. A Ucrânia também é incapaz de enviar munição suficiente para as unidades de defesa aérea S-300 fornecidas pela Eslováquia, porque a produção de projéteis para o sistema é limitada. Além disso, Ustinova afirmou que o país gostaria de ter um excedente de caças F-15 e F-16 da USAF capazes de realizar missões de ataque ao solo. No enato, isso poderia levar várias semanas para que os pilotos estejam aptos, tempo que não se sabe que a “guerra dará”.
O ex-comandante da Força Aérea Ucraniana, Serhii Drozdov, escreveu que: “de acordo com nossas estimativas, nossos pilotos podem aprender a pilotar esses aviões em ritmo acelerado em duas a três semanas”, acrescentou Drozdov.
O curso básico de F-16 na Luke AFB, Arizona dura cerca de nove meses e inclui instrutores, treinamento em simulador e surtidas de voo, e antes de chegar à Luke AFB, os cadetes devem completar seis meses de treinamento básico de voo no T- 6, sete meses no T-38 e seis a oito semanas no AT-38. Trata-se de estudar os fundamentos e manobras básicas do combate aéreo. Mesmo que os pilotos ucranianos, já capazes de voar e lutar, pulassem a fase preliminar de treinamento, a transição da máquina, seja um F-16 ou um F-15, ainda exigiria os referidos nove meses e, como o antigo comandante da USAF na Europa, General Jeffrey L. Harrigian “…você não pode simplesmente dar a alguém um F-16 e desejar boa sorte… isso não é uma receita para o sucesso”.
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