Ucrânia: drones TB2 Bayraktar causam estragos às tropas russas

Ucrânia: drones TB2 Bayraktar causam estragos às tropas russas. A Força Aérea Ucraniana (UAF) está lançando mão do uso intensivo de veículos aéreos de combate não tripulados (UCAV), para conter avanço das colunas de veículos russos em seu território. Os UCAV de fabricação turca, TB2 Bayraktar estão atuando em missões de combate de forma muito eficazes contra equipamentos e veículos russos.

Os UCAV TB2 Bayraktar têm um histórico considerável de sucesso em ambientes de conflitos, atuando em missões contra alvos terrestres como carros de combate, blindados, estações de radares, entre outros. Eles já foram utilizados, por exemplo, pelo Azerbaijão contra a Armênia, no conflito de Nagorno-Karabakh em 2020, pela própria Turquia nas guerras da Síria e da Líbia, além das forçar armadas da Etiópia na guerra civil contra os rebeldes do Tigré, na África.

Especialistas militares esperavam que nesta guerra contra a Ucrânia, as forças armadas russas estivessem preparadas para combater os ataques com esses UCAV, o que aparentemente não está sendo demonstrado. O histórico do usao de drones Bayraktar tem mostrado que são eficazes, especialmente contra adversários pouco sofisticados, e julgava-se que seria diferente contra um exército moderno e bem equipado como o russo.

“Os militares russos conheciam que o Bayraktar era um multiplicador de força para os ucranianos, mas ao mesmo tempo o Ministério da Defesa de Moscou dizia que os seus sistemas mais avançados de guerra eletrônica, detecção por radar e de defesa aérea conseguiriam detectar e neutralizar este drones, de forma a não ser uma ameaça para as forças no terreno”, disse Sam Bendett, especialista em assuntos de defesa da Rússia ao site da revista Forbes.

Circulam inúmeros vídeos nas redes sociais que parecem mostram colunas de veículos militares sendo destruídos por mísseis lançados pelos TB2 Bayraktar da Força Aérea Ucraniana. Muitos desses vídeos são divulgados pelas contas oficiais das forças armadas e Ministério da Defesa da Ucrânia.

A destruição de blindados armênios (de fabricação russa) pelos TB2 Bayraktar do Azerbaijão, na guerra de Nagorno-Karabakh, foi classificado como uma falha estratégica e de competência dos oficiais das forças armadas da Armênia. A análise é de Robert Bateman, ex-militar e analista norte-americano, em entrevista à revista Foreign Policy. Vídeos capturados pelos drones mostram os tanques aglomerados, sem se dispersarem, camuflarem ou usarem o terreno para se protegerem. “O problema está em forças treinadas e equipadas de forma incompetente que se deixaram desproteger”, considerou Bateman.

Agora na guerra da Ucrânia, especialistas levantam dúvidas sobre a eficácia e competência da preparação das tropas de invasão russas. Mais de quatro dias de combates e ainda não conseguiu assumir o controle do espaço aéreo ucraniano, ou fazer uma defesa anti-aérea eficaz, nem mesmo causar interferência na comunicação de rádio entre os drones e seus operadores, para impedir o seu uso. Alguns vídeos mostram também caminhões militares russos estacionados em comboio, juntos, o que facilita o ataque aéreo.

Produzido pela empresa turca Baykar, o TB2 Bayraktar é uma aeronave não tripulada de tamanho médio, com 12 metros de envergadura, e que pode transportar até 150 kg de munições em quatro hardpoints.

A Ucrânia comprou os primeiros seis TB2 Bayraktar em 2019, e no ano passado fez um pedido para o fabricante turco Baykar, para mais 24 unidades, que deveriam ser entregues nos próximos meses. Um acordo bilateral estava sendo firmado entre os dois países, visando a produção dos TB2 na Ucrânia, equipados com motor produzido localmente.

Estas aquisições incomodaram Moscou, principalmente por a Força Aérea Ucraniana estava utilizando os primeiros TB2 Bayraktar contra os separatistas nos territórios de Donbass, em Outubro. O Presidente russo, Vladimir Putin, mencionou o ataque em discursos feitos no Outono, para ilustrar como a segurança da Rússia estava ameaçada, recorda o New York Times. E em Dezembro, disse que o uso dos drones pelos ucranianos era “destruidora” e “uma provocação”.

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